| 18/06/2003 15h56min
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta quarta, dia 18, que a queda da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 26% ao ano significa que o país está vencendo a batalha contra a inflação e está pronto para voltar a crescer. Mas mostrou cautela quanto a novos cortes.
– (A decisão do Copom é) um sinal efetivo de que a inflação caminha definitivamente para as metas estabelecidas pela equipe econômica – disse Palocci em Assunção, onde participa da 24ª Reunião de Cúpula do Mercosul.
– Isso significa que estamos vencendo a luta contra a inflação e criando as condições para o Brasil crescer – acrescentou.
Mas o ministro advertiu que os juros só vão continuar caindo se "o país colaborar".
– O Copom não é um órgão de decisões alheio ao comportamento da economia. É importante ver o que acontece com a inflação entre uma reunião e outra – disse, antes de repetir seu novo mantra, que é preciso olhar para a frente.
– As futuras decisões do Copom não dependem mais só do Copom, dependem que o país, e em especial os agentes econômicos, comecem efetivamente a olhar para a inflação futura e não para a inflação passada – disse, ao garantir que só assim o país terá uma redução "permanente e consistente" das taxas de juros.
O corte desta quarta foi o primeiro durante o governo Lula. Palocci, visivelmente bem humorado, chegou a brincar que a queda nos juros tinha ajudado a melhorar sua perna, que ele quebrou em um jogo de futebol com Lula em abril.
Apesar do início do processo de redução dos juros, Palocci admite que o presidente continua preocupado com as altas taxas cobradas por bancos. A receita para diminuir estas também é o diálogo.
– É preciso coordenação de todos os segmentos da economia brasileira para que os juros cobrados do consumidor e da produção sejam reduzidos.
Dizendo que o país conseguiu controlar a inflação em seis meses sem nenhuma medida mais radical, Palocci terminou a entrevista esperançoso.
– Se depender de nós, os juros não vão subir de novo, porque vamos fazer todo o esforço para que tenham uma queda consistente.
Com informações da agência Reuters.