| 13/01/2011 02h41min
O Itamaraty começou um estudo para rever as regras de concessão de passaportes diplomáticos. A meta é definir medidas claras e objetivas. Também está em análise a possibilidade de editar uma portaria com as definições alterando um dos artigos do decreto em vigor que trata do assunto. A estimativa é que cerca de 6 mil pessoas no país tenham passaporte diplomático.
A discussão envolve o Artigo 3º do Decreto 5978, de 4 de dezembro de 2006. Por esse artigo, o ministro das Relações Exteriores – que é o responsável direto pela autorização da concessão – pode abrir exceções para conceder o documento em situações específicas. Uma das propostas, em avaliação, é deixar o texto mais claro.
Ao visitar Buenos Aires, na segunda-feira, Buenos Aires, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou a ideia de rever as regras.
– Estamos examinando a questão do passaporte diplomático – afirmou ele, evitando detalhar o que está sendo discutido pelo governo.
Documento facilita a entrada nos países
O debate começou depois da divulgação da concessão de passaporte diplomático para os filhos e um neto do ex-presidente Lula (PT), assim como para mulheres e dependentes de parlamentares.
O passaporte diplomático, segundo especialistas, facilita a imigração em alguns países evitando a necessidade de a pessoa enfrentar filas. Mas não autoriza tratamento diferenciado pela Embaixada do Brasil no país visitado.
A Polícia Federal informou que só vai investigar a concessão de passaporte diplomático aos familiares do ex-presidente se for provocada por alguma instituição, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um parlamentar ou entidade que denuncie a existência de irregularidade.
Antes, verá se a queixa contém crime, ou se prevê infração administrativa ou atitude antiética, hipóteses que fogem à competência da PF.
– Se houver alguma representação, temos o dever de ofício de analisar – disse o diretor-geral interino, delegado Luiz Pontel de Souza.