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 | 06/01/2011 16h09min

CEEE descarta problemas de sobrecarga no verão, mas terá de explicar apagão para ONS

Companhia convocou reunião para reconstituir a cronologia do problema

O apagão ocorrido nesta quarta-feira, que deixou 325 mil clientes da CEEE sem luz em Porto Alegre e Viamão, terá de ser explicado para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A concessionária garante que foi um problema pontual e que não há riscos de sobrecarga ao longo do verão. Apesar disso, o problema deverá ser detalhado. Enquanto isso, especialista salienta necessidade de investimento em obras preventivas.

"O Operador Nacional já está convocando a concessionária CEEE, órgãos e entidades envolvidas para detalhamento da análise da ocorrência, suas causas e providências a serem adotadas", informa nota divulgada hoje pela ONS.

Leia mais: Sem novas obras, Estado
pode enfrentar crise energética neste verão

Nesta quinta-feira, a CEEE convocou reunião com áreas técnicas do grupo para reconstituir o problema que originou o apagão. A partir do encontro, os números foram revisados e foi feita a cronologia dos fatos.

A companhia reiterou que não houve sobrecarga e que o problema foi pontual.

"Problemas originados pela aproximação de vegetação da linha de transmissão da Subestação (SE) Gravataí 2 para a Subestação Porto Alegre 6 (PAL 6) interromperam a atividade dos circuitos que "transportam" a energia", informou o relatório da concessionária.

Confira a cronologia do apagão, segundo a CEEE

— Às 14h27min cerca de 325 mil clientes ficaram sem abastecimento em Porto Alegre e Viamão.
— Dez minutos depois, o número de consumidores sem energia caiu para 204,5 mil.
— Às 15h restavam 79,5 mil clientes sem energia.
— Trinta minutos depois, já havia reduzido para 40 mil.
— Às 16h, havia 20 mil consumidores para quem o abastecimento ainda não tinha sido restabelecido.
— Entre 16h10min e 17h o serviço foi totalmente normalizado.

Segundo a CEEE, foram atingidas sete subestações, sendo três da transmissão e quatro da distribuição, o que equivale a 60% da capacidade de atendimento do grupo na Capital.

Risco de sobrecarga no verão

O diretor de transmissão da CEEE, José Francisco Pereira Braga, garante que o Rio Grande do Sul tem um potencial energético privilegiado em relação aos outros estados brasileiros. As obras que estão em andamento servirão para que problemas pontuais, como o ocorrido nesta quarta-feira, sejam resolvidos de forma mais rápida.

Ele destaca que a linha subterrânea, que ligará a Subestação 4, que fica no Praia de belas, à Subestação 9, na freeway, fará com que o restabelecimento não dependa da linha que vem de Gravataí.

— A CEEE está preparada. Fizemos grandes investimentos. Esse problema de ontem foi pontual. E tempo de recomposição do sistema só ficou prejudicado porque houve um temporal — garantiu.

Segundo a CEEE, 26 obras já foram entregues e outras dez estão em andamento. Além das hidroelétricas, há investimentos fortes em termelétricas e parques eólicos.

Apesar disso, o professor e doutor em energia José Wagner Keller entende que a companhia precisa investir em manutenção preventiva.

— Um problema, por exemplo, é quando temos uma queimada, que é algo imprevisto. Isso aquece o sistema e aumenta o risco de descarga elétrica do cabo para terra.

Segundo dados da CEEE, no momento do apagão o consumo era de cerca de 5.100 megawatt(MW). O recorde registrado pela companhia foi em 12 de fevereiro de 2010, quando o consumo chegou a 5.268 MW. A capacidade energética do Estado, após a entrada em funcionamento de Candiota 3, é de 6.500 MW.

Pela previsão da CEEE, o verão de 2011 pode necessitar de até 5.500 MW.

"É equivocado relacionar o fato ocorrido ontem, 05, com o risco sistêmico de falta de abastecimento no verão, visto que a demanda foi inferior a outras registradas em dezembro, quando não houve qualquer problema. Em termos de Transmissão, há folga na capacidade", concluiu o relatório da CEEE.

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