Atualizada às 18h30min Humberto Trezzi  |  humberto.trezzi@zerohora.com.br

Sinaleiras apagadas, congestionamento de carros, buzinaços, centenas de pessoas presas em elevadores. O centro de Porto Alegre virou um caos na tarde de hoje, em decorrência da falta de luz generalizada na Região Metropolitana.

O local mais atingido foi a área central, pelo fluxo incessante de pessoas em busca de serviços. E, nesse ponto da cidade, a maior confusão aconteceu no prédio do Centro Administrativo. Com os 21 andares do cérebro do governo do Estado paralisados pela falta de energia elétrica, milhares de servidores e visitantes padeceram com o calor. E também com o pavor, no caso dos que ficaram presos nos oito elevadores em funcionamento no edifício.

Pelo menos 35 pessoas ficaram aprisionadas nos elevadores por pelo menos 20 minutos. Com ajuda de funcionários, as portas foram abertas gradualmente e os enclausurados conseguiram sair, mas até as 16 horas nenhum elevador do Centro Administrativo funcionava. Muita gente teve de subir até 20 andares a pé.

Uma das que ficou presa é a ascensorista Ilva Marques, 40 anos, há nove anos transportando pessoas para cima e para baixo. Ela ficou presa no 10º andar, a partir das 15h, junto com cinco funcionários públicos que trabalham no prédio. E jura que ninguém se apavorou. Um dos servidores ligou do celular para a administração do edifício e pediu ajuda.

_ O pior foi o calorão, insuportável lá dentro. Mas a gente acaba se acostumando. Já fiquei presa umas cinco vezes, noutros prédios. Tudo acostuma _ sorri, aliviada após ser libertada.

Ana Paula Mancuso e Valéria de Barros, também ascensoristas, estão há menos de dois anos na profissão. Ambas já ficaram enclausuradas em panes no ascensor, mas Valéria ficou pela primeira vez sozinha trancada num elevador.

_ Só ouvia os gritos do pessoal nos outros elevadores. Eu não gritei, porque telefonei e me prometeram ajuda rápida. Não sou claustrofóbica. Nessa profissão, não dá para ser _ desabafa Valéria.

Um esquadrão de servidores da manutenção levou cerca de meia hora para liberar todos os elevadores. Cenas semelhantes aconteceram na Galeria Malcon e na Chaves, ambas na Rua da Praia, centro nervoso da Capital. Os bombeiros foram chamados para 10 casos de pessoas trancadas em elevadores. Todas saíram sem maiores contratempos, além do susto.


Sobre o problema
 
A CEEE informou que após o rompimento de um cabo que transmite energia elétrica de Gravataí para Capital foram afetadas subestações no Morro Santana, Ipiranga e Praia de Belas, além de uma estação de Viamão. O abastecimento deve ser totalmente normalizado ainda hoje.

A companhia descartou que o problema da falta de luz tenha relação com o elevado consumo de energia elétrica.

Prejuízos para o trânsito

Em função da falta de luz, diversas sinaleiras apagaram em vias de grande movimento na Capital. Foi verificado o problema em cerca de 120 pontos, o que mobilizou mais de uma centena de agentes de trânsito.

Confira alguns pontos:

— Olavo Nunes com Casemiro de Abreu
— Baltazar de Oliveira Garcia com Manoel Elias
— Bernardino Silveira Amorin com Rua dos Maias
— Castro de Menezes com Wenceslau Escobar
— General Caldwel com Érico Veríssimo
— Dr. Vargas Neto com Adelino Silveira Martins
— Protásio Alves com Santa Isabel
— Protásio com Teixeira Mendes
— Borges de Medeiros com Aureliano de Figueiredo Pinto
— Praia de Belas com Aureliano de Figueiredo Pinto

A EPTC informou que aos poucos as sinaleiras estão voltando ao normal.

Zerohora.com fez cobertura ao vivo. Veja como foi:

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