O coração que antes havia salvado agora deu um fim à vida de Altamiro Calixto Gonçalves, 43 anos. O homem que foi pioneiro em Santa Catarina ao receber o primeiro transplante de coração, em junho de 2000, ficará guardado na história não só pelo fato vivido, mas também pela força. O procedimento ocorreu no Hospital Santa Isabel, em Blumenau.

Durante mais um dia de alegrias com a família, Miro, como era conhecido pelos familiares, morreu por volta das 14h de quinta-feira depois de ter um enfarto. O mecânico estava na Praia da Paciência, em Penha, com a esposa e os dois filhos, quando, ao voltar do mar, sentiu que o órgão transplantado já não tinha mais forças. Miro caiu sobre a cadeira e deu o último suspiro em companhia da família.

Diante de uma doença grave no coração, quando tinha 33 anos, Miro decidiu que se preciso faria um transplante, mas não deixaria de viver próximo às pessoas que amava. Após receber o aviso do médico que lhe dava mais seis meses de vida, conseguiu um coração novo doado pelos parentes de uma vítima de derrame.

Ao sair do hospital, Miro levou para casa a oficina automotiva em que trabalhava e começou a construir uma nova residência. Mesmo após 10 anos da cirurgia, sempre recordava do momento com alegria. Em junho de 2010, reuniu-se com a família do doador e a equipe de médicos que trabalhou no transplante para confraternizar.

No começo deste ano, Miro sentiu dores no novo coração e constatou que tinha novos problemas. Recentemente, o mecânico precisou ficar internado e recebeu a notícia de que talvez tivesse de fazer um novo transplante.

A casa que Miro havia terminado de construir há um mês agora será o local do seu velório, no Bairro São Vicente em Itajaí. O sepultamento ainda não tem local e horários definidos pela família.