A guerra política no Goiás teve na noite desta terça-feira mais um capítulo que pegou a diretoria executiva do clube de surpresa. Na reunião ordinária do Conselho Deliberativo, os conselheiros decidiram pela suspensão preventiva do presidente executivo, Syd de Oliveira, por 30 dias. Quem assume o comando do clube é o presidente do Conselho e ex-presidente do Goiás, Hailé Pinheiro.

A decisão é inédita na História do clube e foi tomada em uma reunião que começou por volta das 18h e só terminou às 22h. Como os dois vice-presidentes de Syd, Alexandre Iunes e Sebastião Macalé, assinaram a carta-renúncia do cargo no sábado passado, Hailé irá assumir a sala da presidência assim que Syd for comunicado, o que deve acontecer na manhã desta quarta-feira.

Os conselheiros levaram em conta os débitos em impostos que o Goiás não paga desde o ano passado, quando Syd assumiu. Foi formada uma comissão que irá apurar esse tipo de irregularidades na gestão do presidente, que pode ter até ferido o Código Civil Brasileiro. Outro ponto contestado na reunião é que Syd, que não estava presente no debate, deixou de divulgar os balancetes financeiros desde o mês de abril deste ano.

Além da suspensão preventiva, Syd pode ser destituído do cargo nos próximos dias, já que será convocada uma Assembleia Geral para tratar o caso. Quem já deixou o clube também foi João Gualberto, chefe do gabinete da presidência, que pediu demissão e afirmou que Syd estava perdido.

A decisão é apenas mais um round da briga que envolve Syd, presidente-executivo, e Hailé Pinheiro, presidente do Conselho. Eles eram antigos aliados, mas desde que Syd passou para a oposição eles não se entendem. Como por força do estatuto o Conselho Deliberativo decide a negociação de jogadores e até o mandato do presidente, Syd se sentiu tolhido quando não conseguiu negocias alguns atletas, como o lateral Vitor (ele queria vendê-lo para o Santos, mas o Conselho vetou para depois negociá-lo para o Palmeiras) e, principalmente o zagueiro Rafael Toloi, que teve a venda vetada pelo Conselho há dias.

Em razão disso, Syd enviou uma carta alegando que alguns negócios que tinham o aval do conselho eram prejudiciais ao clube, o que irritou Haiilé Pinheiro, que pediu a renúncia do presidente executivo, que mandou um recado: só saía se tivesse um AVC. Nesta terça, na tradicional reunião do conselho que ocorre no último dia do mês, o conselho partiu para o ataque e suspendeu Syd.