| 27/07/2010 11h13min
Em Sinop, no norte do Mato Grosso, há um torcedor do Inter com o coração desassossegado. Seu Eurides Ceni, 62 anos, é colorado de quatro costados. O problema é que seu filho estará no Beira-Rio quarta-feira com a tarefa de impedir os gols do Inter. Seu Eurides é pai de Rogério Ceni, o goleiro, capitão e referência do rival São Paulo.
— Nesta situação, vou ficar do lado do meu filho. Sou muito colorado, mas filho é filho — explicou seu Eurides por telefone.
Gaúcho de Erechim, ele seguiu a leva de colonos que ganhou o oeste do Brasil no final dos anos 60. Morou no Paraná, onde nasceu Rogério, e há duas décadas cuida de suas terras no Mato Grosso. Assiste a todos os jogos do Inter na TV, desde, é claro, que não coincida com o horário das partidas do filho.
Em 2006, seu Eurides passou pela mesma aflição. O consolo dele é que, ao menos, na noite de amanhã sentará em sua poltrona de "sangue doce". Quem vencer, será saudado. Como bom colorado, ele aproveita a situação para flautear os rivais azuis.
— Pior do que estar nesta situação seria se eu fosse gremista, né? — provoca, antes de cair na risada.
Sobre o São Paulo, seu Eurides parece sintonizado com os torcedores paulistas. Aposta para o imprevisível e diz que, em décadas acompanhando o futebol, viu "acontecer de tudo". O coração colorado, porém, toma a dianteira quando é indagado sobre Fernandão:
— Nós o conhecemos bem, o vimos jogar. Não é mais centroavante, joga mais recuado. Só que a direção do São Paulo o contratou achando que joga mais do que realmente joga.
Na última resposta, seu Eurides deixa nítido: seu coração está desassossegado mesmo.
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Em gráfico, o serviço do jogo: