A estratégia apresentada pela seleção holandesa na final da Copa do Mundo, contra a Espanha, decepcionou Johan Cruyff, o maior ídolo do país. Em coluna publicada no jornal catalão El Periódico, o craque diz que não esperava que a equipe de Bert van Marwijk jogasse inspirada na Inter de Milão de José Mourinho, que eliminou o Barcelona nas semifinais da Liga dos Campeões.

"Me perguntaram na Holanda: 'Podemos jogar como a Inter? Podemos freiar a Espanha como Mourinho eliminou o Barça?' Eu disse que não, de maneira alguma. Não disse que não por detestar este estilo, não. Disse que não porque pensei que os meus não se atreveriam e não mudariam seu estilo. Disse que não porque, sem termos grandes jogadores como os de antigamente, temos nosso próprio estilo. Mas me equivoquei", lamenta o craque, que não poupa críticas ao desempenho holandês:

"Este estilo feio, grosso, duro, apertado, pouco vistoso e pouco futebolístico (tudo bem, é uma maneira de jogar e até vencer, mas não concordo) serviu, sim, para os holandeses desencaixarem a Espanha. Se isto os conformava, tudo bem, mas acabaram perdendo" lembra.

O craque holandês elogiou os goleiros da Espanha, Casillas e da Holanda, Stekelenburg, mas quem ganhou uma dedicatória especial em sua coluna foi Iniesta, o autor do gol do título espanhol. Ele lembrou a dificuldade que o jogador enfrentou com lesões no Barcelona e a homenagem ao ex-zagueiro e amigo Dani Jarque, morto no ano passado, cujo nome estava gravado na camisa exibida pelo meia após anotar no gol.

"É preciso ter um grande coração, muita coragem e ser um tipo especial para pintar esta dedicatória e mostrá-la ao mundo inteiro."