A festa pela classificação dramática, nos pênaltis, sobre Gana, é apontada pelos noticiários de rádio e programas de TV como uma das mais gloriosas da história do futebol uruguaio. Há 40 anos o país não alcançava uma semifinal de Copa. Milhares de pessoas estão nas ruas de Montevidéu neste momento.

No elegante bairro Pocitos, na Cidade Velha ou na Cidadela, onde começa a famosa Avenida 18 de Julho, os torcedores cantam e pulam sem parar. A TV Monte Carlo, a maior do país, transmite a celebração dos uruguaios ao vivo e repete à exaustão a narração emocionada do narrador Eduardo Rivas para o gol de pênalti de Sebástian Loco Abreu, desde Joanesburgo.
 
Em vez de "gol", Rivas gritou apenas Uruguai e embargou a voz no meio da narração. Foi assim:
 
– Vamos Sebastián, por favor. Cometa una loucura. Sebástian e....Uruguai! Uruguai! Uruguai! Uruguai! Uruguai entre los quatro mejores del mundo. Tocamos el cielo, tocamos el cielo...
 
As autoridades não sabem calcular quantas pessoas estão nas ruas. Podem ser milhões, pois há aglomerações enormes em todos as praças e ruas de Montevidéu. Os relatos indicam que o país todo está assim. O Uruguai tem em cerca de 3 milhões de habitantes.
 
O fato de a seleção ter perdido o atacante Suarez (expulso) e capitão Lugano (machucado) para a semifinal contra a Holanda nem é comentado. É como se não fosse preciso mais ganhar um jogo sequer. Só o fato de estar entre os "quatro melhores" é suficiente. Ninguém fala em semifinal, aliás. É só "entre os quatro melhores" do mundo.
 
A festa não tem hora para acabar.