| 30/06/2010 18h57min
Após seis meses, D'Alessandro voltou a falar com a imprensa gaúcha em entrevista coletiva no Estádio Beira-Rio. Desde o início da pré-temporada - em janeiro, na cidade de Bento Gonçalves - quando concedeu entrevista de 32 minutos de duração, o meia argentino atendia os repórteres apenas na saída de campo, em dias de jogos.
Destaque no treino tático desta tarde de quarta-feira, D'Alessandro teve a presença requisitada pela imprensa. Consultado pela assessoria do clube, surpreendeu ao aceitar o convite. E falou, com muito bom-humor.
De boné, sem disfarçar a timidez frente às câmeras, D'Alessandro abriu a conversa com uma observação que arrancou risos de todos.
– Estranho estar aqui. Faz tempo que não venho – disse, referindo-se à sala de conferências do Beira-Rio.
Por doze minutos, o camisa 10 colorado falou sobre o bom desempenho no treino, e sobre o papel de protagonista da equipe. D'Alessandro reiterou que a motivação é sempre a mesma, qualquer que seja o treinador.
– Minha dedicação nos treinos é sempre a mesma. Foi assim com o Fossati, com o Mário Sérgio, com o Tite. Futebol é o meu trabalho. Consequentemente, a vinda de um treinador novo dá uma motivação extra, sempre. O Celso chegou, e todos nós sabemos que tudo começa de novo, que todos terão chances, e isso para cada um de nós é uma motivação – explica.
Siga o clicEsportes no twitter
A responsabilidade de ser a referência técnica do Inter não o incomoda. Para ele o futebol é simples. É um trabalho, que pode ser desempenhado em qualquer lugar.
– Não me acho nem o melhor, nem o pior. Carrego sempre a minha responsabilidade. É meu jeito de jogar, fazer meu trabalho no ataque, e também meu trabalho defensivo, que não é um ponto forte meu. (...) Nunca tenho dúvida do meu trabalho. Estou sempre confiante. Depois a escolha é do treinador. A minha forma de pensar não é muito difícil. O futebol é fácil. Tenho que trabalhar forte para mostrar que posso jogar. Se passar um tempo, e o treinador não me quiser, tem um monte de time pelo mundo para jogar. O futebol é minha vida, é meu trabalho, e se não for aqui, vai ser em outro lugar – pondera.
D'Alessandro voltou a brincar quando admitiu que Celso Roth é um técnico que faz muitas cobranças:
– Celso fala muito mesmo (risos). Saí da Argentina e fui para a Alemanha, e lá eu não entendia nada. Podiam estar me xingando que eu não entendia nada (mais risos). Cada treinador tem seu estilo, e nenhum tem a verdade. O futebol muda muito, ninguém tem a verdade sobre a preparação física, sobre a tática. O jogador tem de estar preparado para qualquer mudança que aconteça.
Ao final, o meia argentino lembrou os motivos que o afastam das entrevistas. Disse não guardar rancor, mas também não ter esquecido especulações sobre sua vida pessoal, embora não tenha identificado o alvo da crítica. D'Alessandro disse ainda que não quer ser injusto com generalizações.
– Eu sempre estive tranquilo. Vocês me conhecem, e se minha escolha foi ficar afastado das coletivas, foi minha escolha, não tem nada a ver com o pessoal da imprensa. As pessoas me cobram, mas é uma escolha minha, eu não gosto muito de falar. Vocês sabem que depois da Copa do Brasil falaram muita mentira, não só sobre futebol, mas sobre minha vida. Já falei que não posso aceitar isso, porque só eu sei o que faço fora do campo. Isso já está fechado na minha cabeça. O melhor que nós temos é o respeito, sempre vou respeitar vocês. E não falo de todos vocês, porque seria injusto. Não sou rancoroso, mas não esqueço também – conclui.
CLICESPORTES
D'Alessandro voltou a falar com a imprensa gaúcha em entrevista coletiva no Estádio Beira-Rio
Foto:
Eduardo Cecconi