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 | 30/06/2010 04h34min

Ruy Carlos Ostermann: Ramires vai fazer falta

A ausência dele

Não tivesse Ramires, finalmente um bom jogador de Seleção, levado o segundo cartão amarelo mais por afoiteza do que por necessidade, e agora para esse jogo de sexta-feira em Port Elizabeth o entusiasmado Dunga teria mais pensamento para formatar o meio-campo. Foi muito bem com Gilberto centralizado com Daniel Alves à direita (como joga muitas vezes no Barcelona) e o suspenso Ramires à esquerda. Funcionou, teve flexibilidade, apoiou corretamente a faixa central do campo e foi à frente muitas vezes talentosamente.

Ontem o repórter José Alberto Andrade diretamente do campo de golfe, todos postados a cerca de um quilômetro, disse que Felipe Melo nem era visto e que Elano caminhava ao lado do médico José Luiz Runco, que mantinha com ele uma conversação longa e sem gestos. Talvez não joguem na sexta-feira, é assim que se pode avaliar mais a ausência que Ramires pode fazer. Esse fato, o lado esquerdo, vai ficar para a hora do jogo.

Elizabeth

Hoje começa a Operação Port Elizabeth, vamos de avião em dois grupos e lá teremos de decidir se se volta para casa ou se vai adiante para Cidade do Cabo, a grande cidade da África do Sul, o que não depende da vontade de nenhum de nós senão que apenas e solenemente do talento dos jogadores. A temperatura lá, junto do Oceano Índico, é quase como cá, em Joanesburgo, isso é, noite gelada, dias cálidos de até 28°C. E preciso fazer a mala, não a grande, a pequena, carregando-a com mudas de cuecas, calças, camisa, meia e outros apetrechos leves, porque a saída pode ser de uma semana.

Poucas vezes uma mala com rodinha teve tanto a ver como uma decisão coletiva.

Pênaltis

Foi a primeira decisão por pênaltis e só poderia ser em oitavas de final em que é indispensável haver um vencedor no jogo, na prorrogação ou por fim nos pênaltis. O Paraguai está nas quartas de final pela primeira vez em Mundiais e, embora o sistema de sua promoção, mereceu muito. Jogou competitivamente, no melhor estilo sul-americano de guerrilha. Os japoneses forçaram bastante, também tiveram chances para fazer gol, mas a exemplo dos paraguaios, não aproveitaram. Uma reafirmação do poderio defensivo dessa Copa.

Espanholas

A Espanha passou, Cristiano Ronaldo ficou. São os prejuízos laterais, o importante de fato foi a passagem espanhola para as quartas de final. Foi um jogo parelho, dividido, com oportunidades escassas e subdivididas. Ambos revelaram um padrão tático avançado, com marcação e saídas pelos flancos. Villa fez um gol precioso, pelo significado e pela execução: ingressou numa passagem de bola, o goleiro Eduardo salvou com o corpo, mas o rebote ainda foi de Villa. Sem perder a língua espanhola, o próximo adversário da Espanha será o Paraguai, que avança.

ZERO HORA
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