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 | 16/06/2010 04h02min

Ruy Carlos Ostermann: A mudança, enfim

Agora ficou a nova (a mesma) questão: a Seleção deveria ter jogado muito mais, era necessário dar uma goleada porque só isso seria uma resposta suficiente para a diferença que separa o futebol brasileiro do coreano. Mas não foi assim, especialmente no primeiro tempo.

As estreias carregam essas preocupações: a Seleção tratava de evitar que a Coreia começasse a correr, por isso ficou lenta, metódica, de passes laterais, mais tempo a bola ficou entre os zagueiros e os dois médios do que chegou na frente. Robinho pareceu ser o atacante que entendeu diferente o jogo. Na sua jovialidade, se movimentou bastante e foi assim que quebrou a rotina da preocupação ou da falta de ânimo.

Mas era pouco, quase nada, e a Coreia jogava atrás da linha da bola com uma linha de cinco jogadores móveis e uma acumulação de jogadores no meio-campo. Os espaços estavam vigiados, os passes cautelosos dos brasileiros facilitavam ainda mais essa ideia defensiva. Sem gols no primeiro tempo foi uma consequência até mesmo lógica.

Mas a Seleção soube se modificar no intervalo e encaixando outra vez com a sua melhor definição de time de futebol que ataca e se defende. Voltou a velocidade de jogadores e de passe, Kaká se apresentou para o jogo, Robinho continuou aceso e participante. O gol de Maicon, da linha de fundo depois de jogada de Elano, deu a medida no escore da mudança geral da Seleção.

O segundo gol estava definindo a superioridade e a mudança. Mas houve um vacilo, saiu o gol da Coreia que ajustou o escore e causou, por consequência, toda essa comoção crítica que deveria ter sido mais e maior.

A estreia com vitória, no entanto, qualifica a Seleção como líder do grupo e uma vitória sobre Costa do Marfim, domingo, assegura a classificação por antecedência. Na conta.

Alternativas

As substituições não determinaram o gol coreano. O aproveitamento de Nilmar é uma alternativa lógica para o ataque, e Robinho, nessa circunstância, passou para trás como se fosse Kaká, que fora o substituído. Não eram três atacantes, era como antes com Kaká. Mas é certamente Daniel Alves a grande alternativa de Dunga. Entrou num lugar em que vai jogar mais vezes, no de Elano, o que é uma mudança significativa de iniciativas no meio-campo, e sempre a possibilidade de um chute forte. Ramires é outro, entrou no lugar de Felipe Melo e anunciou assim um modelo possível de time quando for preciso que o time ataque mais pelo meio-campo.

Enfim, são alternativas.

Ranking

No ranking provisório de quem se saiu bem nessa primeira rodada que fecha hoje com a estreia da aguardadíssima Espanha, a Alemanha ficou com a primeira posição graças à goleada de quatro gols, o que nenhuma outra conseguiu. Vitoriosas foram apenas a Argentina e o Brasil, sem escore, é verdade. É um resumo escasso, que não permite mesmo euforia ou gritos, mas o que se tem genericamente.

A partir da próxima etapa dessa primeira fase é que se poderá definir quem é quem, quem segue, quem sai.

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