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 | 26/06/2010 04h30min

Ruy Carlos Ostermann: Próximos jogos exigirão outro comportamento da Seleção

Um jogo é um jogo

Um jogo não é apenas um jogo, é mais, tem desdobramentos e cada vez, um por um, tem explicações que não são as mesmas e pouco valem como referência para jogos futuros de aparência parecida.

Talvez essa seja uma bonificação para o time de Dunga. O empate insosso com Portugal, nos termos em que se fez, pode conter mais dessa estranheza dos jogos do que mesmo um exemplo corriqueiro de como é o futebol.

E não há como não seguir pensando que os fatos positivos até agora confirmados (a classificação, a invencibilidade) podem justificar um inevitável crescimento da Seleção.

Muda o adversário, muda o regime de promoção: é mata-mata, prorrogação e pênaltis, e nada mais. O jogo assim se restringe, fica apertado e vai exigir um outro comportamento.

A Seleção do Dunga está prevenida para ser friamente calculista e objetiva. Não será mau que todos saibam muito bem que não tem nada do outro lado.

Ficamos burocráticos

A Seleção se burocratizou, trocou passes na entrada do campo de Portugal, todo atocaiado, e quase perdeu o jogo em foi superior, mas de maneira insuficiente. A posse de bola foi grande, as jogadas de ataque poucas. E tudo por uma (das muitas razões) que impediram o ataque e o meio-campo, e também os dois laterais de jogar com naturalidade, fluência e predomínio.

Dunga não gostou, mas não confirmou na entrevista coletiva. Deu uma explicação para as dificuldades, atribuiu ao adversário a iniciativa (e é verdade) de fechar o jogo e só no erro eventual atacar em contragolpe, o que reduziu o campo a uma metade. Carlos Queiroz deixou seu principal jogador isolado na frente e só assistido de 15 em 15 minutos e ainda assim com mais bolas divididas entre ele, Cristiano Ronaldo, e Lúcio, a grande garantia da Seleção.

Mas a Seleção ganhou o grupo, jogará segunda-feira em Joanesburgo onde já está, e vai melhorar com Kaká, Elano e Robinho.

Oitavas

As oitavas de final são assim, um atropelo.

Hoje tem, às 16h africanas, 11h no Brasil, Uruguai x Coreia do Sul e, depois, Estados Unidos x Gana. Chego de Durban a tempo, talvez, de assistir pela TV, beber um cálice de xiraz sul-africano sem arrependimento e completar as minhas anotações.

Os uruguaios estão muito bem, os norte-americanos surpreendem pela qualidade, serão os dois?

E amanhã, domingo, nem pensar: Alemanha x Inglaterra, em Bloemfontein, que vou comentar e aprender um pouco mais.

E, fechando o dia, Argentina x México, Maradona, Maradona.

Nem me atrevo a pensar antes.

ZERO HORA
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