Com a classificação garantida, restava à Holanda assegurar também o primeiro lugar do Grupo E contra a eliminada seleção de Camarões, na última rodada. Ditando o ritmo do jogo, os holandeses venceram ao natural o time africano por 2 a 1, em Green Point.

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A Holanda alcançou os 100% de aproveitamento e enfrenta a Eslováquia nas oitavas de final. Junto com o time laranja, classificou-se o Japão, em segundo lugar na chave, após vitória sobre a Dinamarca.

Tudo de novo outra vez

Numa partida que dispensava o caráter decisivo de uma Copa, os dois times reproduziram suas trajetórias no Mundial até então. Camarões e Holanda repetiram seus defeitos e suas virtudes em Green Point.

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Mesmo eliminada, Camarões começou propondo o jogo. Ficava mais com a bola no pé, mas tinha enormes dificuldades de conceber uma jogada produtiva. O time parava na meia-lua da defesa laranja. Classificada e com o primeiro lugar quase garantido, a Holanda se preservou, não se expôs. Depois do início mais animado de Camarões, os laranjas começaram a colecionar algumas chances de abrir o placar.

Holanda abre o jogo e o placar

Aos 19 minutos, Van Persie recebeu lançamento entre os dois zagueiros camaroneses. Novamente, escancarou-se a defeituosa linha defensiva dos africanos. Mas o goleiro salvou. Apesar de a jogada ter nascido pelo centro do campo, estava claro que a opção preferencial deveria ser as investidas pelas pontas, com Van der Vaart e Kuyt.

Quando os flancos foram ocupados, Kuyt começou a aparecer mais e as laterais defensivas de Camarões, avalistas da derrota para a Dinamarca, fizeram água de novo. Por ali, aos 31, o próprio Kuyt entrou livre, mas chutou rasteiro, para fora. Quatro minutos mais tarde, a mesma trama, agora com Van Persie, que recebeu na frente, passou em velocidade entre Ekotto e Nkolou e fulminou Souleymanou: 1 a 0.

Camarões, valente, quer o empate

O segundo tempo começou como terminara a etapa inicial, ou seja, Holanda atacando, zaga camaronesa falhando. Assim, Van Persie quase ampliou, se não fosse o goleiro salvar de novo. Ao sacar Bong e colocar Aboubakar, Camarões voltou-se ao ataque. Se o time já estava eliminado, que pelo menos se tentasse empatar o derradeiro confronto do Mundial.

A estratégia funcionou. Mesmo sem muito brilhantismo, Camarões se avolumou no campo ofensivo. Aos 16, Makoun perdeu chance clara, chutando em cima do goleiro, dentro da área. Aos 19, em cobrança de falta de Geremi, Van der Vaart interceptou a Jabulani com a mão: pênalti, que Eto'o converteu: 1 a 1.

Por que a Laranja está no topo

O que poderia vi depois? Uma virada camaronesa? Sem chance. A Holanda voltou a usar os seus pontas e reequilibrou as ações. A sensação era de que os holandeses estavam apenas esperando o momento certo de definir a partida. Assim como nos outros jogos, o futebol da Holanda não comoveu nem animou. Mas venceu, ao final. Eles deixaram Camarões ganhar terreno, o empate veio, mas a sequência do jogo mostrou por que a Holanda era a líder do Grupo E.

De volta ao campo de ataque, os holandeses se fortaleceram ainda mais com a entrada do astro do time. Aos 27 minutos, Robben ingressava no gramado e estreava no Mundial. Recuperando-se de lesão e mesmo sem o melhor ritmo, mostrou, em poucos lances, a falta que ele faz na seleção.

Mesmo sem ritmo, Robben é Robben

Aos 38 minutos, em sua jogada típica e eficaz, fez a diagonal, cortou da direita para a esquerda e mandou um chutaço de canhota. A bola, arredia, encontrou o poste, mas, logo depois, roçou no pé de Huntelaar. Gol vazio e 2 a 1 para a Holanda. Robben foi o retrato de sua equipe: discreta, nunca cintila; aplicada, sempre eficiente. Um time que não vacila.

Holanda segue, Camarões retorna ao seu país. Se o jogo refletiu os defeitos e virtudes que as equipes demonstraram nos dois desafios anteriores, nada mais ajustado do que uma vitória holandesa. O triunfo de um time que ainda não deslanchou como se esperava, mas que sabe definir uma partida na hora certa.

(Fotos: AFP)