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 | 19/06/2010 16h10min

O caminho da inscrição de Tinga na Libertadores

 






O arcoíris que leva até o pote de ouro só irá colorir a vida de Tinga, Sobis e Renan na Libertadores se uma pessoa consentir: Ricardo Teixeira. Se ele não quiser, nada feito. A CBF precisa receber, aceitar e encaminhar as inscrições para a Conmebol, antecipando a janela de agosto.

O primeiro jogo da semifinal é 28 de julho. Teixeira tem a chave do cofre. Como o Inter fará para convencê-lo? Através de seus dois grandes aliados em São Paulo e no Brasil: Andrés Sanchez e Marco Polo del Nero.

Andrés Sanchez, como se sabe, é presidente do Corinthians. O que um corintiano menos quer é ver são-paulino arrotando Libertadores pela quarta vez, mais ainda quando não há vestígio desta taça na sala de troféus do Parque São Jorge.

Sanchez arrastaria este peso para o túmulo: no ano do centenário do clube, sob sua tutela, o Corinthians é eliminado e o São Paulo ganha. Francisco Novelletto está na África do Sul, onde Sanchez chefia a delegação brasileira com presente por ter defendido Kleber Leite contra Fábio Koff na eleição do Clube dos 13.

Os dois tem se falado com regularidade no frio de Joanesburgo, pelo que sei.

Marco Polo del Nero é presidente da Federação Paulista, palmeirense e inimigo número 1 de Juvenal Juvêncio, velha raposa e presidente do São Paulo. Lembram por onde vazou aquela história do ingresso de cortesia para o árbitro Wagner Tardelli ver o show da Madonna no Morumbi? Pela secretária de Marco Polo del Nero. A CBF teve que trocar às pressas o juiz de São Paulo e Goiás, na última rodada do Brasileirão de 2008, para afastar suspeitas.

Noveletto tem conversado bastante com del Nero, que também está na África a convite de Teixeira.

Sanchez e del Nero têm pesadelos ao imaginar o São Paulo campeão. Para o São Paulo não ser campeão, o Inter precisa eliminá-lo. E para o Inter ganhar a robustez de um PIB da Avenida Paulista e aliviar Sanchez e del Nero, só com Sobis, Renan e Tinga.

Os dois, um corintiano e um palmeirense, tentarão convencer Teixeira desta urgência. O episódio do DVD bolado por Carvalho já é passado. Ele já admitiu publicamente que errou. Nem precisava: neste caso, um poder maior se levanta na hierarquia de ódios do Parque São Jorge.

O São Paulo é um tsunami de poder, mas os tentáculos da CBF alcançam mais longe em determinados assuntos. É uma briga e tanto. O Inter aliou-se aos influentes amigos de Teixeira para um confronto pragmático de bastidores. A vaga na final da Libertadores passa por aí.

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