| 10/06/2010 03h56min
O Grupo RBS hasteou duas bandeiras na África do Sul.
Uma delas, com o logotipo do grupo, tremula em um mastro ao lado das bandeiras do Brasil e da África do Sul e sinaliza o Hotel B&B, transformado em QG da RBS em Joanesburgo.
A outra bandeira é de natureza conceitual: o grupo deslanchou, na África e no Brasil, uma das mais amplas coberturas de sua história, concebida para levar em todas as mídias um olhar gaúcho e catarinense sobre a Copa emoldurado por uma série de inovações editoriais e tecnológicas.
Desde o mês passado, uma equipe da RBS entrou em ação em Joanesburgo para montar a estrutura que dá apoio a 21 profissionais em atuação na África — o escalão avançado de um contingente de cerca de 300 jornalistas e técnicos envolvidos diretamente com a cobertura do Mundial. Foram despachados do Brasil mais de 800 quilos em equipamentos, incluindo mesas de áudio com 32 canais, nove codificadores de áudio, cinco câmeras profissionais de TV, mesa de corte de vídeo, monitores de TV, refletores e quatro racks de vídeo e áudio que controlam as transmissões de TV e rádio para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Toda essa parafernália tecnológica está implantada em três salas, no total de 46 metros quadrados, junto ao espaço da TV Globo no Centro Internacional de Imprensa, conhecido pela sigla IBC. Um engenheiro da RBS, Eduardo Taboada, fica de plantão no espaço para assegurar que a melhor qualidade de áudio e vídeo seja transmitida a gaúchos e catarinenses.
A um quilômetro do estádio de Soccer City, o IBC é um dos centros nevrálgicos de presença da equipe, que se divide em pelo menos três hoteis, de acordo com a estratégia para vencer as enormes distâncias e congestionamentos de Joanesburgo. No B&B, onde se hospedam 16 profissionais, o foco principal é a Seleção. Inteiramente reservado para a RBS, o hotel está a poucos minutos de carro do Hotel Fairway, onde ficam jogadores e comissão técnica do Brasil. Outro hotel se situa a dois quilômetros do IBC e um terceiro aloja repórteres e executivos do grupo deslocados para a África para, de olho no Brasil 2014, observar in loco a estrutura e a organização de um evento deste porte. As pautas, necessidades editoriais e movimentação constante de repórteres e comentaristas são coordenadas pelo gerente de Jornalismo da Rádio Gaúcha e coordenador Editorial da Copa, Cezar Freitas, que chegou há 17 dias à Africa.
Para vencer as distâncias de Joanesburgo e arredores, a equipe vai de um lugar a outro em dois automóveis e duas vans com motoristas de prontidão 24 horas por dia. Um ônibus exclusivo também foi colocado à disposição da RBS nas coberturas de jogos em um raio de até 700 quilômetros, como é o caso de Durban, onde Brasil e Portugal se enfrentam no dia 26. Os portugueses, por sinal, fazem parte da estrutura da RBS: são sul-africanos, filhos de portugueses, Miguel, Diogo e João, os três intérpretes que atuam junto à equipe.
*Diretor-geral de Produto do Grupo RBS, Marcelo Rech é coordenador-geral da cobertura de Copa do Mundo e autor do blog e coluna Copa Franca.
Jornais: visão exclusiva e diferenciada
Embora não contem com uma estrutura de operações específica na África, os jornais do Grupo RBS são grandes beneficiários da complexa teia de produção multimídia e distribuição de conteúdos da Copa do Mundo. Todos os jornalistas da equipe produzem informações para os jornais, oferecendo aos leitores textos e imagens exclusivas sobre o Mundial e o mundo paralelo ao futebol.
Em razão da tecnologia de comunicação interna implantada para a cobertura, os processos de escolha de assuntos, de apuração em campo e de redação ganharam velocidade, além de maior complementaridade entre o trabalho dos diferentes repórteres e comentaristas na África.
Assim, mais do que narrar fatos ocorridos no dia anterior geralmente já cobertos por rádio, TV e web, estes jornalistas se focam em antecipar o que será notícia ou em analisar os acontecimentos no país da Copa, oferecendo aos leitores novidades que não serão encontradas em outra mídia.
Rádios: 10 canais simultâneos e som estéreo
A Copa 2010 significa um novo salto para a Rádio Gaúcha, que transmitirá pela primeira vez uma Copa do Mundo em som estéreo. A transmissão na frequência de FM 93,7 permitirá, por exemplo, acompanhar-se o som da torcida de um lado e a voz de um repórter do outro. No AM, o som das partidas será mais puro e com maior riqueza de nuanças de áudio. No total, as rádios da RBS contam com 10 canais simultâneos de áudio na África do Sul, uma sofisticação transportada para a Copa e reservada a grandes eventos no Brasil, como o Carnaval e o Planeta Atlântida.
Os canais tornam possível entradas paralelas de diferentes microfones em diferentes emissoras de rádio do grupo. Além destes, outros três canais foram reservados exclusivamente para as chamadas externas, como a movimentação do repórter Lucianinho Périco em meio à torcida dentro ou fora dos estádios. Para se ter uma ideia, a transmissão de uma partida comum no Beira-Rio utiliza três canais de áudio.
No estúdio das rádios da RBS no IBC e em dois estúdios instalados no hotel B&B, seis comunicadores podem falar simultaneamente com os ouvintes no Brasil. Além de contar com áudios exclusivos da Fifa no sul do Brasil, a Gaúcha também reservou seis posições nos estádios nas partidas da Seleção, o que possibilita melhor apoio técnico e o acompanhamento de cada lance com maior grau de precisão.
— As seis posições dão mais tranquilidade para os repórteres, que antes precisavam procurar lugares nos estádios durante as transmissões — explica o técnico Jean Pierre Vandresen.
TVs: transmissões ao vivo e cenário exclusivo
Os telespectadores da RBS TV serão brindados durante a Copa com transmissões ao vivo diárias diretamente do país da Copa. A novidade é possível graças a um canal exclusivo de transmissão via internet, que mantém o espaço da RBS em Joanesburgo ligado ao Brasil via vídeo 24 horas por dia.
— Este circuito representa para a RBS TV o que significou para a Gaúcha em 1998, na Copa da França, o primeiro circuito digital — explica o gerente de Operações da emissora no Rio Grande do Sul, Caio Klein, coodenador de Operações na Copa e um dos responsáveis pela concepção e montagem da estrutura.
Na terça e quarta-feiras foram realizados os primeiros testes de transmissões ao vivo, que podem ser levadas ao ar do estúdio montado no espaço da RBS ou de um ambiente externo que tem como pano de fundo o centro de Joanesburgo ou o Estádio de Soccer City. As duas câmeras do estúdio também gravarão programas esportivos com até quatro participantes.
Em apoio ao estúdio, com cenário desenhado em Porto Alegre e reproduzido em Joanesburgo, um monitor oferece retorno permanente da programação da RBS TV ou da TVCOM. Outros três monitores exibem imagens transmitidas pelos 40 canais simultâneos com imagens da Copa colocadas à disposição dos usuários do IBC.
Além dos programas em estúdio, repórteres e comentaristas da RBS TV, como Maurício Saraiva, Manoel Soares e Ruy Carlos Ostermann, no Rio Grande do Sul, e Edmilson Ortiz, Cacau Menezes e Roberto Alves, em Santa Catarina, já estão produzindo e gerando via internet reportagens diárias para os telespectadores dos dois Estados.
Internet e mobile: agilidade e novidades 24 horas por dia
Mobilidade e geração de informação multimídia de qualquer lugar e a qualquer momento são os conceitos que moldam a atuação em internet e mobile da equipe da RBS na África do Sul. Os profissionais da RBS em Joanesburgo contam com 24 laptops, 22 celulares Blackberry e outros 22 celulares locais. Todos os laptops estão conectados 24 horas por dia com a internet via modem 3G. A facilidade é especialmente importante em Joanesburgo, onde deslocamentos entre um ponto e outro de cobertura não raro tomam mais de uma hora. Além disso, para assegurar conexão permanente no espaço da RBS no Centro Internacional de Imprensa e no hotel B&B, há redes próprias de intenet sem fio.
Graças a um novo sistema telefônico na RBS, cada enviado especial conta em seu laptop com ramais próprios, como se estivesse localizado dentro da própria empresa: basta discar quatro números e se está conectado com qualquer ramal do grupo. O mesmo sistema permite videoconferências de um continente a outro e ligações internacionais com qualidade de som local.
Nove blogs estão sendo produzidos na África, além de vídeos específicos para a web. Para os vídeos web, a equipe utiliza na África quatro minicâmeras e uma inovação adicional: 13 microcâmeras. Do tamanho de celulares, elas podem ser sacadas do bolso e, cinco segundos depois, começar a gravar som e imagem em alta definição por até duas horas. Outras imagens diferenciadas serão produzidas para o site www.brasilnaafrica.com.br. A megafoto, que já se tornou um sucesso nos sites da RBS, e fotos 360 graus estão nos planos de novidades a serem apresentadas ao público em termos de cobertura de Copas do Mundo.