| 15/05/2010 16h10min
Além do fato de ser o único gaúcho titular da Seleção Brasileira que vai à África tentar o Hexa — o pelotense Michel Bastos ainda é só candidato na outra lateral, a esquerda —, conversei com Maicon sobre os 23 eleitos por Dunga.
Eu estava no hotel Windsor, no Rio de Janeiro, no momento em que imagem de cada um ia surgindo nos telões. Quando se confirmaram as ausências de Ganso, Neymar, Ronaldinho e Adriano, um zunzunzum de espanto ecoou pelo saguão tomado por 450 jornalistas.
Os mais surpresos eram os estrangeiros. Eu mesmo fui convocado a dar explicações à CNN latina. A repórter queria compreender a razão para condenar tanto talento a ver a Copa pela TV, quando há países que jamais conseguem produzir um jogador do nível destes quatro. Mas a conversa com Maicon esclareceu tudo. Ele disse, textualmente:
— Ele (Dunga) convocou os 23 em que sabe que pode confiar.
Maicon ainda me respondeu, quando eu quis saber se o incomodava o tratamento reverencial recebido na Europa, enquanto no Brasil ainda há quem consiga vê-lo como um lateral tosco:
— Eu tenho que agradar é ao Dunga. Ele é que me deu a chance de estar numa Copa (em 2006, Parreira levou Cafu e Cicinho). O Dunga suporta pressão. Segura nossa bronca. Somos um grupo fechado.
É isso.
Um grupo fechado em torno de Dunga.
Uma família.
A família Dunga.
Se é preciso abrir mão de uma perspectiva mais talentosa em nome desta relação sacra de confiança, que seja feito. Assim será a Seleção na Copa.
O lateral Maicon (D), penta na Itália, com Elano e Júlio Batista (E): "somos um grupo fechado"
Foto:
Divulgação, CBF