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 | 30/04/2010 05h10min

Se a sorte acompanha os bons, então Silas é bom







Há um sábio ditado que parece criado sob medida para o técnico Silas, do Grêmio. A sorte acompanha os bons, eis a máxima conhecida desde tempos irremotos.

Então, se Silas tem sorte, e a cada dia me convenço mais disso, ele só pode ser bom. Quando surge uma dúvida sobre este ou aquele jogador, o destino dá um jeito de conceder a Silas a chance de corrigir a escolha errada e retomar o rumo.

O Grêmio raçudo e organizado (mérito de Silas) que ontem ganhou do Fluminense no Maracanã por 3 a 2 com um jogador a menos durante o segundo tempo é exemplo da profundidade deste velho ditado.

Ferdinando era titular absoluto. O Grêmio não começava mais por Victor, mas por Ferdinando. Um passe lateral aqui, outro ali, sem jamais deixar a frente da zaga. Acertava, depois errava, em seguida tentava de novo e de novo falhava. Mas tinha sua importância para o time apenas por ficar no lugar.

Então, Ferdinando se machucou no Gre-Nal. Adílson entrou no intervalo e uma luz amanheceu no meio-campo do Grêmio. Desde então, todos parecem jogar melhor: Willian Magrão, Leandro, Douglas. Até os laterais cresceram de rendimento.

Foi assim ontem, no Maracanã. Um meio-campo com mais posse de bola e mobilidade. Adílson não é o novo Fernando Redondo, mas é menos burocrático. Não muito menos burocrático, mas o suficiente para melhorar o time.

No Gre-Nal, os colorados D’Alessandro e Andrezinho não acompanharam Adilson, e o Grêmio ficou com um jogador a mais no meio-campo quando tinha a posse da bola. Deu no que deu. Por que era Adilson o volante, e não Ferdinando.

Outra prova do ditado: o contestado Fábio Santos se machuca. Silas ousa e escolhe Neuton, zagueiro de 20 anos. Que funciona como se fosse um elétron e vira titular.

A sorte acompanha os bons. Sem o azar de Fábio Santos, não haveria Neuton no clássico ou no Maracanã.

Mais: Maylson e seu míssil de fora da área emergiram quando Leandro e Borges visitaram o departamento médico. No Gauchão, o Grêmio começou a se ajeitar a partir dele, um meia que marca e chega à frente com igual intensidade.

A sorte acompanha Silas, e sempre com soluções egressas de uma das melhores safras da base do Olímpico dos últimos tempos: Maylson, Adilson, Neuton. Até o matador Fred, na última hora, ficou de fora no Fluminense.

A sorte acompanha os bons.
Silas tem sorte.
Silas deve ser bom.
É o que diz o ditado.


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