| 14/05/2010 08h
O meia Ramires, um dos 23 selecionados de Dunga, está em Joinville. O jogador fica na cidade até a apresentação em Curitiba, no dia 21. Na África do Sul, ele irá representar os 180 milhões de brasileiros que irão empurrar o Brasil rumo ao hexa, mas será também a cara de uma cidade que o acompanha desde o seu começo no futebol. O meia ficou no JEC de 2005 a 2007 e reconhece a importância do clube na sua formação.
Em entrevista, o jogador fala sobre o sentimento que tem pelo clube que o acolheu nas categorias de base e sobre a sensação de vestir a camisa da Seleção na Copa. Ontem, o jogador esteve na casa do sogro, Jorge Rosa, na zona Sul. Estava acompanhado do antigo companheiro de JEC e que hoje também joga na Europa, o zagueiro Douglas, campeão holandês com o Twente.
AN – Qual é a sensação de chegar a uma Copa do Mundo pela Seleção?
Ramires Nascimento – Chegar na Seleção já é o auge para qualquer jogador e ser convocado pra Copa é o topo, é bater no teto da carreira. Não basta só você ir, tem que chegar lá e fazer um bom trabalho e quem sabe vencer a competição.
AN – Na última convocação para amistoso, já tinha ideia de que aquele seria o grupo chamado para a Copa?
Ramires – Nós estávamos confiantes. Todo mundo ali sabia que queria ser chamado, só que a lista não tinha saído e tínhamos que esperar até o último momento. Enquanto eu não vi o meu nome ali, eu não fiquei tranquilo. O importante era sair o nome e, graças a Deus, saiu. Agora é só felicidade. Vou curtir junto com a família e comemorar, para quando me apresentar na Seleção chegar bem.
AN – Qual a diferença entre o Ramires do JEC de 2007 e o da Seleção de 2010?
Ramires – Acho que a diferença é a experiência e a maturidade. Como sempre falei, desde que saí do Joinville, a gente só adquire experiência jogando. Cheguei no Cruzeiro, joguei e fui titular. Depois, fui para o Benfica e estou jogando. Com isso, fui adquirindo experiência e me tornando mais maduro.
AN – O que você carrega de seus tempos de Joinville?
Ramires – O Joinville foi o começo de tudo. Foi o primeiro clube que me abriu a porta e se não fosse o JEC não estaria aqui hoje. Foi muito importante na minha vida e só tenho a agradecer por tudo que fez por mim.
AN – Quais os laços que unem você a Joinville até hoje?
Ramires – Tenho minha família, hoje torço pelo Joinville, que foi onde comecei, e também o carinho que os torcedores têm por mim. Mesmo com o pouco tempo que fiquei aqui, hoje eles ficam felizes por eu ter jogado aqui e estar indo para a Copa.
AN – Como é o ambiente na Seleção? Como é a relação entre os jogadores?
Ramires – É bom, é ambiente de grupo que quer vencer. Desde quando estou lá foi tudo excelente. Acho que essa está sendo a característica principal: a união do grupo. Vamos levar isso para a Copa.
AN – Foi uma surpresa o Adriano não ter sido convocado para a Copa?
Ramires – Foi uma opção do Dunga. Não estou aqui para julgar quem ele levou ou deixou de levar, acredito que o importante é eu estar na lista. Isso é decisão do treinador, não tem nada o que se dizer.
AN – Na Copa, quais devem ser as preocupações da Seleção?
Ramires – A preocupação deve ser sempre vencer. Na cabeça dos jogadores, o que pensamos é em vencer os jogos. Conseguindo ganhar os três primeiros jogos e estando classificados, não temos que escolher quem vencer depois. O importante é fazer um bom trabalho no começo para garantir o mais rápido possível a classificação.
AN – Sua vida vem de uma sequência de conquistas. Se continuar assim, o torcedor deve ficar otimista?
Ramires – Acho que se for ver pelo que vem acontecendo na minha vida, esta muito bem. Acho que tem sido importante o começo da minha carreira. Se continuar nesse mesmo ritmo, tenho certeza que será sempre de felicidade.
AN – Como foi o começo da sua vida em Portugal? Encontrou dificuldades?
Ramires – Eu não tive dificuldade, o idioma é a mesma coisa, o país é bem parecido então para mim não tive problemas para me adaptar e também lá está cheio de brasileiro no time. Quando sente dificuldade, os amigos estão lá e a família também. Então, a gente se reunia e estava sempre fazendo alguma coisa para suprir a saudade daqui.
O meia ficou no JEC de 2005 a 2007 e reconhece a importância do clube na sua formação
Foto:
Fabrizio Motta