| 20/04/2010 03h51min
Um esquema especial para oferecer segurança à delegação e torcedores do Grêmio será desencadeado amanhã, sob responsabilidade da polícia militar de Florianópolis, onde o time enfrenta o Avaí pelas oitavas de final da Copa do Brasil, às 21h50min. O objetivo é evitar que gremistas residentes na região e que tenham partido de Porto Alegre sejam alvo de agressões, como ocorreu no terminal rodoviário, após a última partida entre Avaí e Grêmio, no Brasileirão passado.
A previsão é de que a torcida do Grêmio adquira pelo menos 2 mil dos 15 mil ingressos à venda. A maioria reside na Grande Florianópolis e em cidades como Blumenau e Joinville. Hoje, a PM catarinense será informada sobre o número de ônibus que partirão de Porto Alegre. Haverá escolta na chegada e na saída. O efetivo para o jogo é de 300 policiais.
Considerada muito agressiva, a torcida organizada Mancha Azul irá merecer atenção total do policiamento.
– Estamos em alerta total. A Mancha Azul é muito perigosa – afirma o tenente-coronel Newton Ramlow, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento na Ressacada.
Apesar de admitir os riscos, Ramlow procura tranquilizar a torcida do Grêmio. Garante conhecer “cada elemento” da Mancha Azul. E diz ter “domínio total” da situação.
O integrante da torcida Fabrício Amorim, o Mink, fica irritado com a fama de arruaceira atribuída à Mancha Azul. Lamenta que cada um dos tumultos ocorridos em jogos do Avaí sejam atribuídos ao grupo de torcedores, cujo total já beira 800 pessoas.
– Não somos barra pesada. Tem um pouco de perseguição nisso tudo – rechaça.
Uma confusão ocorrida em fevereiro de 2008, num jogo entre Criciúma e Avaí, pelo Campeonato Catarinense, fez com que a polícia redobrasse seus cuidados com a Mancha Azul. No incidente, dentro do Estádio Heriberto Hülse, Ivo Costa, 62 anos, torcedor do Criciúma, perdeu a mão direita ao tentar afastar um rojão lançado por torcedores do Avaí. O episódio foi atribuído à Mancha Azul. Mink não assume a responsabilidade, embora três dos integrantes da organizada tenham sido identificados no inquérito policial.
Ele garante que é boa a relação com a torcida do Grêmio. Tem agendado um churrasco de confraternização hoje com integrantes da Jovem e da Máfia, duas das organizadas do clube gaúcho.
Também desmente qualquer ato de hostilidade em relação ao técnico Silas, cuja imagem junto aos torcedores ficou manchada no episódio da expulsão do meia Caio, no primeiro jogo entre Grêmio e Avaí.
– Ele fez o papel dele no Avaí. Fez muito pelo clube, mas também fizemos muito por ele. Não existe amor eterno. Hoje, ele diz amar o Grêmio. Amanhã ou depois, irá se declarar por outro clube – provoca.
O Avaí não sabe o que é perder na Ressacada desde 6 de setembro de 2009, quando foi vencido pelo Inter por 2 a 0. Em 2010, apenas dois adversários voltaram do sul da Ilha com um empate: Figueirense, duas vezes pelo Catarinense, e Coritiba, na segunda fase da Copa do Brasil.
Fãs recepcionaram a equipe tricolor no aeroporto Hercílio Luz nesta segunda-feira
Foto:
Flávio Neves