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A vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, acredita ser difícil para o Brasil cumprir a meta de inflação perseguida pelo governo de 8,5% este ano, levando-se em conta a inflação acumulada até agora. Mas as chances de que isso aconteça não estão totalmente descartadas.
– Considerando a inflação acumulada até agora, será difícil (cumprir a meta). Por outro lado, dependendo da velocidade com a qual os fatores que estimularam a inflação no ano passado se reverterem ainda se pode esperar seu cumprimento – disse Krueger nesta terça, dia 20, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Em 2002, a inflação pelo IPCA voltou aos dois dígitos pela primeira vez em sete anos por causa da depreciação de cerca de 35% do real. Nos primeiros quatro meses deste ano, a inflação já chegou a 6,15%, perto da meta.
Ela também notou que a aprovação das reformas tributária e previdenciária é "fundamental" para garantir o crescimento sustentado da economia brasileira. Krueger disse que está impressionada com o compromisso do governo em "fazer o país avançar" economica e socialmente.
– De nossa parte, continuamos comprometidos em dar assistência ao Brasil na criação de condições, que resultarão num crescimento sustentável e justo – afirmou.
A dirigente do FMI também elogiou a política econômica brasileira, dizendo que o Brasil está no rumo certo.
O Brasil tem um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma ajuda de mais de US$ 30 bilhões, que termina em setembro. Krueger, que chegou na noite de domingo ao país, negou que tenha discutido com as autoridades brasileiras a renovação do acordo.
Mesmo reconhecendo a importância da redução das taxas de juros para impulsionar a economia, a número 2 do FMI disse que o corte não pode ser feito de forma artificial. Atualmente em 26,5%, a taxa básica de juros é uma das mais altas do mundo e há fortes pressões para que o Banco Central, que decide nesta quarta o novo patamar da taxa Selic, promova um corte.
Ela também se mostrou contrária à adoção de mecanismos de controle de capital de curto prazo pelo Brasil. Com informações das agências Reuters e Brasil.