| 09/03/2010 04h38min
É aquele caso típico no qual os problemas fora de campo contaminam o ambiente e prejudicam o rendimento do time. Assim, mesmo com a base bicampeã do Equador em 2008 e 2009, o Deportivo Quito amarga o penúltimo lugar no campeonato deste ano, com quatro pontos em 15 disputados. Dívidas, punições da federação local e atraso salarial constante mergulharam na crise o adversário do Inter, na altitude de 2,85 mil metros de Quito, na quinta-feira, pela Libertadores.
Na última rodada, a derrota foi a mais dolorida das três em cinco jogos. Depois de dois anos vencendo os clássicos contra a LDU, o Deportivo Quito perdeu domingo, em casa, diante de 35 mil pessoas. Foi só de 1 a 0. Mas o problema é que Ulysses de la Cruz e Reasco, da LDU, foram expulsos ainda no primeiro tempo. Depois, na metade da segunda etapa, Issac Mina (do Deportivo) recebeu cartão vermelho. Nem quando estava 11 contra nove, o inimigo do Inter conseguiu pressionar o adversário em desvantagem.
O Deportivo
Quito chegou a ser suspenso,
no começo do ano, pela Federação Equatoriana de Futebol (FEF). Tudo em razão do acúmulo de dívidas, de acordo com o porta-voz da entidade, Victor Mestanza. O déficit envolve a falta de pagamentos à federação. Somente com os ex-jogadores, Johnny Baldeon e Ebelio Ordonez, a dívida é de US$ 207,5 mil (cerca de R$ 350 mil).
Se não tivesse quitado parte dos débitos, o Deportivo não poderia nem entrar em campo pelo Campeonato Equatoriano.
O clube também é investigado por suposta evasão de impostos. O que salvou o adversário do Inter do fiasco foi o grupo chileno-espanhol SEK, que ameaçava romper o contrato de patrocínio diante de tanta confusão.
O time é basicamente o mesmo do ano passado, capaz de se manter invicto em casa na primeira fase da Libertadores mesmo enfrentando o campeão e o vice de 2009, Cruzeiro e Estudiantes. O Deportivo Quito joga no 4-3-3. Funcionava até o ano passado, mas este ano os atacantes argentinos Iván Borghello e Marcos
Pirchio, goleadores em 2009, desabaram de
rendimento. O zagueiro Ivan Hurtado, capitão da seleção equatoriana, é o líder do time. Saritama é cérebro, mas está em má fase. A torcida reclama mais envolvimento dos jogadores.
Em caso de derrota para o Inter quinta-feira, a demissão do técnico Rubén Insúa, também argentino, é forte possibilidade. Na estreia do Grupo 5, o Deportivo levou 2 a 0 do Cerro, do Uruguai.
Desempenho de jogadores importantes como Pirchio (de camiseta escura) e Borghello não é o mesmo de 2009
Foto:
Matilde Campodonico, AP