Já que Jorge Fossati não pretende mesmo abrir mão dos três zagueiros, menos ainda na estreia da Libertadores, amanhã, contra o Emelec, me atrevo a deixar uma sugestão ao bom treinador do Inter. Não que isso vá mudar a vida da humanidade, de Fossati ou do Inter, é claro que não. Apenas para registro, digamos.
Contra o Emelec, Fossati deve imitar Fossati. E retornar à ideia de quatro jogadores no meio campo, deixando só Alecsandro como atacante de ofício. Era assim que o uruguaio concebia o time lá no começo do ano, na pré-temporada, antes da lesão de D'Alessandro. Lembram? Ele chegou a dizer, e com boa dose de razão, que o seu sistema não era um retrancado 3-6-1, mas um equilibrado, e até ofensivo, 3-4-3. Não estava errado o uruguaio, em seu momento
mais lúcido no Inter até o momento.
D'Alessandro e Giuliano, dizia Fossati,
são mais jogadores de frente do que de contenção. Somados a Alecsandro, com Kléber chegando pela esquerda, o Inter teria força ofensiva suficiente. O time restaria equilibrado, com boas soluções para defender e atacar. Era essa a ideia, ao menos.
Fossati abdicou deste modelo em nome de Taison, um atacante. Só que Taison não tem funcionado. E, com um armador só, o Inter enfrentou problemas no meio-campo mesmo quando venceu no Gauchão. Surpreendentemente, o uruguaio preferiu pensar o Inter com um articulador só quando perdeu D'Alessandro. E, pior: até sem Giuliano, excluindo o melhor jogador do grupo da sua espinha dorsal de time.
Ficaria assim o Inter ideal de Fossati se Fossati imitasse Fossati: Abbondanzieri, Índio, Bolívar e Fabiano Eller; Nei, Sandro, Guiñazu, Giuliano D'Alessandro e Kléber; Alecsandro.
Contra o Emelec, basta trocar as peças. Danilo no lugar de Índio, ainda lesionado. Andrezinho na
vaga de D'Alessandro, igualmente sem condições. E
assim por diante.
O que não pode é o Inter ficar amarrado, amanhã, na Libertadores, como ficou ontem. O Novo Hamburgou marcou Andrezinho, único jogador de articulação do meio-campo, e por ali garantiu vaga na final da Taça Fernando Carvalho contra o Grêmio.
Fossati deveria imitar Fossati contra o Emelec. Seria uma boa providência, sem abrir mão dos três zagueiros de sua convicção.
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ZERO HORA