| 12/05/2003 20h33min
William, alegria do povo. A atuação na reestréia no Orlando Scarpelli reafirmou a condição de xodó da torcida, assim como um outro ídolo que vestia camisa alvinegra: Garrincha. Mas as semelhanças entre os dois não páram aí. Tanto o meia do Figueirense, como o atacante do Botafogo, superam – ou superaram – dores crônicas no corpo antes de entrar em campo.
O Mané se notabilizou pela inflamação no joelho. William sofre com a coluna vertebral. Espondilolistese. A pronúncia é quase tão complicada quanto o diagnóstico. Trata-se de um deslizamento perpendicular da quinta vértebra lombar (L-5), a última da coluna, para frente, em direção ao umbigo.
Em William, a lesão se manifestou após um acidente de carro, sofrido no Natal de 1997, quando capotou um Fiat Uno em Bauru, no interior de São Paulo.
– Não sei se foi por isso, mas nunca havia sentido nada antes – disse.
Até o início deste ano, William convivia normalmente com o problema. Mas desde janeiro, quando voltou a treinar no Atlético-PR, as dores passaram a ser constantes.
Chega a ser curioso pensar que o meia se sente desconfortável quando protagoniza fulminantes arrancadas de 50 metros.
– Tomo uma injeção de antiinflamatório (Voltaren) antes do jogo. Fico bem durante os 90 minutos, só no final começo a sentir uma dorzinha – afirmou.
Por ser de grau 1, a mais leve, é remota a possibilidade de eliminar a lesão através de cirurgia.
– Não vale a pena, ele (William) vai ter que conviver com isso pelo resto da vida – explicou o médico do Figueirense Sérgio Parucker.
Sem a intervenção definitiva, William se resigna com um tratamento preventivo, que vem aliviando seu sofrimento, mas exige sacríficio dobrado.
O meia realiza, de segunda a sexta, uma sessão de fisioterapia, na piscina do Centro de Educação Física e Desportos (Cefid) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
MAURICIO XAVIER/DIÁRIO CATARINENSE