| 03/02/2010 17h36min
Após ver os vídeos das câmeras de monitoramento do Estádio Colosso da Lagoa, o Comandante do CRPO Planalto, Cel Pedro Luiz Lima resolveu instaurar um inquérito policial militar para investigar a ação que terminou com dois homens lesionados e uma prisão, ao término do Gre-Nal, em Erechim.
Os dois funcionários, um motorista e um supervisor administrativo, trabalham no Instituto Barão do Rio Branco, escola que administra o Ypiranga. Durante toda a semana, eles assumiram a coordenação dos serviços necessários à realização do Gre-Nal, atendendo as solicitações da Brigada Militar para que o Gre-Nal ocorresse com segurança. Uma delas, foi a instalação de câmeras de monitoramento nos portões de acesso aos torcedores.
Foi a câmera instalada nos portões destinados aos torcedores gremistas, que captou as cenas que encerraram com lesões nos dois funcionários e a prisão de um deles. As imagens mostram a origem da discussão, às 22h2min, quando a viatura da Brigada Militar faz uma
manobra rápida em marcha à
ré, batendo no braço do funcionário. O colega dele, ao lado, o puxa pelo braço para evitar o atropelamento. Na sequência o funcionário reclama e pede explicação, os policiais saem do veiculo e a conversa continua. Os policiais fazem gestos e se afastam. O funcionário fala ao telefone celular e quando parece que a discussão foi encerrada, os policiais se reaproximam rapidamente e batem no funcionário com o cassetete. O funcionário recua, tentando evitar os golpes, até passar pelo portão de acesso dos torcedores. Um minuto e 14 segundos depois, ele sai pelo mesmo portão, já algemado.
O motorista foi levado para o Hospital de Caridade e depois para a delegacia de Polícia, onde os policiais registraram um Termo Circunstanciado por desacato à autoridade e resistência à prisão. Um dia depois do fato, os dois funcionários foram submetidos à exames de lesões. Com hematomas nas costas, nos joelhos, nos braços e com uma fratura na mão, eles alegaram que foram agredidos sem razão e com truculência
pelos
policiais, e ainda que sofreram constrangimento.
— Nos trataram como animais, eu pedi para pararem e ficaram batendo até quando eu estava caído no chão. Dentro da viatura ficaram o tempo todo com o cassetete no meu pescoço — contou o motorista.
Um inquérito da Delegacia de Polícia Civil de Erechim está investigando o caso. O Major André Pithan, comandante do 3º Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar de Passo Fundo, disse que não houve nenhuma irregularidade na ação dos policiais e que a força foi usada devido à resistência à prisão. Mas o Comado do CRPO Planalto analisou na tarde de quarta-feira as imagens e decidiu abrir um inquérito policial militar para avaliar se houve ou não abuso de força por parte dos policiais militares. O inquérito será presidido por um oficial do 13º Batalhão de Polícia Militar de Erechim.