| 14/12/2009 03h46min
A Era Jorge Fossati no Inter começa hoje, às 11h. O técnico de 57 anos será apresentado com o preparador físico Alejandro Valenzuela e os auxiliares Juan Jacinto Rodriguez, o J.J., e Leonardo Martins, todos uruguaios. O quarteto embarca às 6h em Montevidéu e chega a Porto Alegre por volta das 7h20min. Fossati foi efetivado como técnico do Inter na noite de sábado, quando o site oficial do clube publicou a notícia. Ontem, para comemorar a primeira experiência como treinador no Brasil, reuniu as filhas e os netos, além de Valenzuela, para almoço em sua casa, no elegante bairro Pocitos. Ali, a poucas quadras do Rio da Prata, com cardápio típico uruguaio, de sanduíches e carnes, mostrou uma característica do seu trabalho: a relação familiar no vestiário. Com forte comando, pretende implantar o seu estilo: unir os jogadores e motivá-los a partir do lado sentimental.
1 Família – Braço direito de Fossati, com quem trabalha há 18 anos, Alejandro Valenzuela também é
uma espécie de motivador
de vestiário. Buscará informações sobre cada jogador junto à assistente social do clube, Bernadette Guichard. Costuma explorar o lado emocional dos jogadores também a partir do aspecto familiar. Lembra que Fossati quer um grupo em paz dentro e fora de campo.
– Ele sempre trabalha o aspecto humano do jogador. Nosso trabalho enfoca o processo psico-físico do atleta, não apenas o desportivo. O Inter será o maior desafio de nossas carreiras – diz Valenzuela.
2 Defesa – No Equador, Fossati ficou famoso por dar à LDU uma noção defensiva que o clube jamais havia tido. Agregou ao futebol ofensivo da equipe marcação agressiva e contra-ataques rápidos. No Inter, não deverá ser diferente: a defesa receberá atenção especial e se acautelará. O Inter pode abrir a temporada no 3-5-2. As falhas do sistema defensivo impediram que o clube comemorasse a Copa do Brasil e o Brasileirão em 2009, já que o ataque foi o melhor do país na temporada, com 152
gols.
3 Pulso firme –
O presidente Vitorio Piffero e o vice de futebol, Fernando Carvalho, voltaram admirados de Montevidéu. Foram cinco horas de conversa com Jorge Fossati em sua casa, na quinta-feira. Saíram do apartamento em Pocitos convencidos de que se trata de um profissional com ideias claras sobre futebol e comando forte de grupo. Informações adicionais, de uruguaios e equatorianos, contam que Fossati faz o estilo amigo dos jogadores. Mas também é enérgico, cobra conduta e postura de todos.
– Jogador gosta de comando forte, de subordinação – garante Carvalho. – Além disso, o Fossati gosta de futebol forte, e é um estrategista em mata-matas.
4 Por dentro – Fossati conhece o grupo do Inter. Além de recordar da equipe derrotada por ele na Recopa, com a LDU, recebeu minucioso relatório da direção. A partir de hoje, começará a receber informações sobre o Inter B – em especial sobre os atacantes Walter e Léo, do meia Ytalo e do lateral-esquerdo Kaoê. A ponte
entre o time profissional e o time B
será J.J. Rodriguez, um dos auxiliares de Fossati. O outro auxiliar, Leonardo Martins, trabalhará direto com o técnico na equipe profissional.
– Ele conhece o perfil dos atletas, sabia que o Bolívar era zagueiro atuando improvisado pelo lado direito, sabia que o Taison vinha bem e caiu de produção. É um profissional atualizado e informado – elogia Fernando Carvalho.
5 Libertadores – Contratado para levar o Inter ao bicampeonato da Libertadores, Fossati conhece como poucos o primeiro adversário no torneio, o Deportivo Quito – rival da sua LDU. Na Libertadores mais difícil dos últimos anos, uma estreia com vitória nos 2,8 mil metros de altitude será fundamental para uma boa classificação. A pré-temporada em Bento Gonçalves será fundamental para um bom início.
– Estamos indo para o melhor futebol do mundo. Temos time para sermos campeões da Libertadores – afirma Fossati.
Fossati chega com fama de ser um técnico rígido e que gosta de conhecer a vida familiar e pessoal do jogador
Foto:
Marcelo Hernandez, AP
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