| 10/11/2009 05h36min
Zero Hora entrevistou o árbitro em seu apartamento ontem à tarde:
Zero Hora – O que o senhor viu no lance?
Carlos Simon – Antes do cruzamento os dois já estavam se agarrando e se queixando um do outro. O que é normal. Quando o jogador bate o pé na bola, eu olho para o meio da área. É assim que procedo. É neste momento, bem antes de a bola chegar para o cabeceio, que o Obina passa o braço por trás do zagueiro e comete a falta. Se a TV não pegou é brabo. Não apito pela TV. Houve a infração. A troco de que eu marcaria algo que não vi no campo de jogo, me diz? Por favor: tenho uma carreira de conquistas a zelar.
ZH – Mas o senhor viu a repetição do lance na TV?
Simon – Não. Parece que a TV mostra o momento da falta posterior, do zagueiro no Obina, não é?
ZH – No lance
mostrado pela TV, quem comete a falta é o zagueiro?
Simon – Mas quando isto acontece eu já
tinha marcado a falta anterior.
ZH – Como o senhor recebe a suspensão imposta pela comissão de arbitragem?
Simon – Não fui comunicado. Por isso, não posso falar. Mas te adianto que estou acostumado e calejado com estas questões da vida de árbitro. Minha consciência está tranquila.
ZH – O senhor conversou com os jogadores depois do lance?
Simon – Os meus auxiliares, na volta do intervalo, disseram que o Obina comentou com eles que os dois ficaram se agarrando. E disse ter puxado o zagueiro. Mas é claro que ele não vai confirmar isso.
ZH – O presidente do Palmeiras, Gonzaga Belluzo, o chamou de canalha.
Simon – Não vou deixar barato. Comigo não tem essa: todo aquele que atingir minha honra, honestidade e caráter será
processado por calúnia e difamação. Agora ele vai ter que provar na Justiça o que disse de mim. Já processei vários que agiram como ele e ganhei
todos.
ZH – O senhor não teme criar áreas de atrito que prejudiquem o seu trabalho com estes processos contra seus críticos?
Simon – Não tenho rabo preso com ninguém. O Brasil inteiro me conhece. Não tenho receio de me queimar. Meu compromisso é com a verdade e a minha consciência. Se eu desse tapinha nas costas de todo mundo seria unanimidade. Mas não sou assim. Não fico quieto. E aconselho a todos os árbitros a agirem da mesma forma.