| 08/11/2009 16h34min
Um dos discursos mais clichês dos jogadores brasileiros é o do grande sonho em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Com o atacante Amauri, não foi diferente. Durante 10 anos de sua carreira, o atacante da Juventus, da Itália, lutou por isso mas não recebeu chance.
– Posso dizer que minha vontade sempre foi ser reconhecido. Hoje, meu nome já é falado no Brasil. Mas claro que gostaria de ter disputado o Brasileirão. Sou de São Paulo, queria jogar um Paulistão. É uma coisa que me falta. Faz falta não ter disputado nenhum campeonato aí. Joguei a Segundona de Santa Catarina. Nem na minha cidade foi. É uma das únicas coisas que me faltam. Seria muito legal.
Amauri pela primeira vez admite que esse sonho ainda existe. Ou melhor: mudou de cor, não mais pelo desejo da camisa amarela do Brasil. O atacante está na iminência de conseguir a cidadania italiana para poder ser convocado para a Azzurra. Este, aliás, se tornou o seu maior objetivo. Próximo do desafio, Amauri se diz pronto para trocar o amarelo pelo azul, e, enfim, realizar o sonho de ir a uma Copa do Mundo:
– Acho que a esperança da camisa Amarelinha passou há muito tempo. Não me deram a chance. Então, vejo meu futuro mais com a camisa Azzurra do que com a amarela – pondera. – Fiz toda minha carreira aqui. Eu me sinto um jogador europeu. Tenho características europeias. Consegui unir a isso à técnica que tem o brasileiro. Em qualquer parte do mundo, não há isso. Juntei a qualidade técnica com a força e a tática da Itália. Minha sorte foi saber unir tudo isso. Já vou para meu 10º ano aqui. Espero ficar alguns mais – completou o jogador.
No início de 2009, em fevereiro, o técnico Dunga chegou a chamar Amauri para o lugar de Luis Fabiano para os compromissos pela Seleção. Porém, como foi fora do prazo de convocação, a Juventus poderia intervir e vetar o chamado. E fez isso. Amauri conta que não foi fácil:
– Ah, foi um momento difícil... Saiu que o Dunga queria me convocar para a vaga do Luis Fabiano. Foi difícil, muito difícil. Mas a Juventus tomou essa decisão porque passava por um momento particular. Ela tinha jogadores machucados e, como tinha a opção de dizer "não", já que a convocação saiu depois do prazo determinado, tomou essa decisão. Foi difícil, mas aceitei, mesmo porque é o time que me paga. Chegaram para mim e disseram: "sinto muito, mas, nesse momento, precisamos mais de você do que a Seleção." Eu fiquei mal, mas não pude fazer nada. Depois disso passou, se foi. Mas acho que o momento da minha convocação poderia ter sido até antes. Pelo que vinha jogando naquela época, o momento em que eu mais esperava a convocação era no início do campeonato. Aí teve o amistoso contra Portugal. Ali era a convocação que eu mais esperava na minha vida. Achava que ela ia chegar. Mas não chegou. Como falei, o sonho de vestir a Amarelinha já passou.
LANCEPRESS