| 03/10/2009 05h30min
Daniel Marenco
De todas as rodadas enfrentadas por Tite no comando do Inter desde a sua chegada no ano passado para substituir Abel Braga, nenhuma será tão tensa, dramática e nervosa como a deste domingo. É o que mostra o semblante do técnico, como se percebe pela foto acima. Não há dúvidas: nenhum treinador sofrerá tanta pressão quanto ele neste domingo. Mas do que qualquer outro companheiro seu de casamata entre todos os 20 times participantes do Campeonato Brasileiro.
Se o Inter sair do G-4 pela primeira vez este ano, a chegada da delegação ao Aeroporto Salgado Filho será tensa. E as
cobranças internas, dos conselheiros, vai aumentar e bater à porta do presidente Vitorio
Piffero e do vice de futebol Fernando Carvalho.
O problema é que agora faltam só 12 rodadas para o fim. Não é muito lógico trocar o treinador neste momento. Se os dirigentes até agora entenderam que o trabalho é satisfatório, não é coerente mudar de ideia de uma hora para outra. Além do mais, arrumar substituto a esta altura não será nada fácil.
A direção está apostando tudo na tabela de jogos do Inter até a 38ª rodada. Como depois do Couto Pereira serão duas partidas em casa, contra adversários teoricamente bem mais fracos (Náutico e Atlético-PR), aí está armazenada a última reserva de oxigênio para manter o Inter vivo na luta pelo título brasileiro.
Não duvido, inclusive, que aí resida a decisão de escalar três volantes no meio-campo: Maycon, Sandro e Guiñazu. O objetivo é conseguir se manter 90 minutos sem levar gol. E arriscar-se, em um contra-ataque, a ganhar o jogo.
Nem empate,
embora seja um resultado que pode deixar o Inter fora do G-4, será
considerado trágico — apesar da instabilidade do Coritiba na competição. O certo seria vencer, pois Atlético-MG e Goiás são favoritos em casa, contra Barueri (hoje) e Botafogo (amanhã).
Agora, tem o outro lado da moeda. Metido numa crise técnica e de confiança, se trouxer vitória do Couto Pereira, o Inter se renova. Vem para os dois jogos em casa e terá o apoio do torcedor. Que, mesmo desconfiado, vai apoiar. Nessas horas, o coração sempre fala mais alto.
Mas é fato. Nenhum outro técnico vai enfrentar um drama como Tite amanhã. No Palmeiras, Muricy Ramalho abriu os treinos que sempre gostou de fechar antes do clássico contra o Santos. No Grêmio, mesmo atrás na tabela, Paulo Autuori já planeja 2010. Até no Fluminense à beira do rebaixamento Cuca ganhou apoio da torcida após avançar às quartas de final da Sul-Americana.
É um domingo no qual o personagem, para o bem ou para o mal, será o técnico
Tite.