| 24/09/2009 05h30min
A vitória de virada do Palmeiras no Mineirão por 2 a 1, ontem, evidenciou um aspecto que pode ser decisivo para definir o campeão brasileiro. E não se trata de orientação técnica ou tática. Falo de política. O Inter, na virada do turno, vendeu Nilmar e, agora, negociou Magrão com os Emirados Árabes. O Palmeiras fez o caminho inverso. É líder. Isolado.
Além de manter Diego Souza, foi buscar ninguém menos do que Wagner Love do CSKA, da Rússia. Os dois, Diego Souza e Wagner Love, fizeram os gols e toda a diferença no Mineirão. O
time do técnico Muricy Ramalho alcançou 47 pontos. Abriu quatro em relação ao Inter e três sobre o São
Paulo. Detalhe: na próxima rodada joga em casa, diante do Atlético-PR. Pode disparar.
O Inter de Kleber (foto), que empatou em 1 a 1 jogando muito mal contra o Universidad, do Chile, em partida sem importância alguma pela Copa Sul-Americana, está pagando o preço por vender jogadores importantes no momento crucial do Brasileirão.
O próprio São Paulo, outro postulante ao título, não se desfez de ninguém. No momento decisivo, perder qualidade no time titular e no grupo de jogadores é a pior das notícias. É verdade que o árbitro Evandro Rogério Román sonegou dois pênaltis claros em favor do Cruzeiro, mas mesmo assim: arriscar neste momento é atitude digna de elogio para os dirigentes paulistas.
O Inter ficou na obrigação de vencer o Flamengo domingo para impedir o Palmeiras de abrir sete pontos, em caso de vitória verde no Parque Antártica sobre o Atlético-PR. A liderança no domingo, antes possível em caso
de naufrágio de Muricy Ramalho ontem, tornou-se
pesadelo.
O jogo contra o Flamengo virou drama puro, em ambiente de pressão interna.
Vale o mesmo para o Grêmio em relação ao Goiás no Serra Dourada, mas o time do técnico Paulo Autuori não teve chance de tomar a ponta na tabela em casa com uma vitória simples, como o Inter diante do Cruzeiro. A sensação de ver a taça distante é menos intensa, mesmo que a vitória do Palmeiras no Mineirão tenha sido igualmente ruim para o Grêmio.
Mas é fato: quem segurou seus craques na reta final do Campeonato Brasileiro está levando vantagem na briga pelo título.