| 21/09/2009 05h53min
Quando Uélliton saltou às costas de Sandro para marcar o primeiro gol do Vitória, o Inter voltou a sentir o peso da derrota. É verdade que havia ainda mais 34 minutos de jogo pela frente, mas o time não conseguiu reagir. Foi a oitava derrota no Brasileirão, a quarta em apenas seis jogos do returno.
Campeão do primeira fase, o Inter estaria na zona de rebaixamento se considerado somente o segundo turno. Só fez mais pontos do que Botafogo e Fluminense. Está atrás de Santo André e Sport, também candidatos ao descenso no Brasileirão. O sistema defensivo, que já sofreu 32 gols (11 deles da pequena área), segue com problemas. Os zagueiros estão expostos. Por sorte, o São Paulo apenas empatou, mas a concorrência ao G-4 aumentou no domingo.
O zagueiro Fabiano Eller já havia alertado para a ansiedade do time na hora de pegar a liderança. O que talvez tenha influenciado nas derrotas para Cruzeiro e Vitória.
– Levamos o gol e apressamos o jogo. Erramos.
Temos que aprender a trabalhar na
adversidade – criticou Tite, após a derrota na Bahia.
Além do aparente destempero, flagrado pelo próprio vestiário, a perda de Giuliano para a seleção sub-20 retirou o equilíbrio do time. Com ele, a marcação começava ainda no ataque e facilitava o trabalho dos volantes Sandro e Guiñazu.
Com a saída de Giuliano e o retorno de um pouco interessado D’Alessandro, a equipe perdeu força no setor. Nos bastidores, essa troca é conhecida como “o buraco do meio-campo”.
Uma mudança já é certa para domingo, contra o Flamengo. Depois de cumprir suspensão de dois jogos, Bolívar estará de volta à lateral-direita, no lugar de Danilo Silva.
Ao analisar a vitória de sua equipe, o técnico Vagner Mancini fez o melhor resumo sobre o fracasso da marcação do adversário:
– No segundo tempo, o Inter relaxou a marcação e cedeu espaços. Fizemos o gol e acabamos como os donos do jogo, em virtude da marcação no
meio-campo.
O desembarque da delegação, ontem, por volta das 14h, foi silencioso. Os
jogadores foram de poucas palavras. Alguns de nenhuma, caso de D’Alessandro. A maioria, porém, negou abalo emocional na hora decisiva do Brasileirão.
– O título está mais difícil, mas ainda estamos vivos. O que atrapalha é a derrota para o Cruzeiro em casa – analisou o vice de futebol, Fernando Carvalho. – Perdemos, mas todos perdem no Barradão – acrescentou.
Quando um repórter retrucou lembrando que o São Paulo venceu em Salvador, Carvalho foi rápido:
– Isso foi há três meses (na verdade foi em 2 de agosto).
– Mas ganhou e briga pelo título – continuou o repórter.
– É, mas empatou em casa com o Atlético-PR. O campeonato é de altos e baixos, e o campeão poderá sair com menos de 70 pontos – concluiu o dirigente.
Curiosa foi a declaração do presidente Vitorio Piffero, logo após a derrota, ainda no Barradão. O dirigente esqueceu do São Paulo, que enfrentaria o Santo André com 90% do estádio ocupado
por sua torcida, em Ribeirão Preto:
– Somos vice-líderes. Quem
deve estar preocupado com isso são aqueles times que estão lá atrás, em terceiro ou quarto lugar.
Ao final da rodada de domingo, o Inter havia caído para terceiro. Por sorte, o São Paulo só empatou.
Sandro no desembarque da delegação em Porto Alegre, ontem: volante reconheceu erro de marcação no primeiro gol do Vitória, em que Uélliton fez de cabeça
Foto:
Ronaldo Bernardi