Cléber Santana jogou no badalado Emirates Stadium, em Londres, no fim de semana e, ontem, tentava um contato com o seu empresário, Juan Figger. No outro lado do mundo, o Inter festeja sem muito alarde a sua contratação. Sonho antigo do vice de futebol Fernando Carvalho, que tenta pela terceira vez trazê-lo, o meia deve ser anunciado no retorno da Ásia. O Inter se aproveitou de uma dívida do Atlético de Madrid com o meia, que também atua de volante. Aos 28 anos, há três na Europa, ele decidiu que seria o momento ideal de voltar ao Brasil com a mulher e os dois filhos. Ontem, Cléber conversou com ZH por telefone. Veja trechos.

Zero Hora – Você está acertado com o Inter?

Cléber Santana – Tive ofertas de Portugal, da Alemanha, do Santos e do Cruzeiro, mas, do Inter eu não sabia. Voltei de Londres ontem (domingo), estávamos lá jogando um torneio (Emirates Cup).

ZH – Como está a sua situação o Atlético de Madrid?

Cléber – Eles querem renovar por mais dois anos até. Eu não quero. Não foram homens comigo. Na primeira temporada (2007), não foram homens em algumas coisas, me chateei um pouco. Agora, queriam que ficasse, mas conversei com o treinador e disse que não queria ficar. Tinha proposta do Benfica e do futebol alemão no ano passado, mas acabei não indo. Fui para o Mallorca porque a minha família achava que era muito frio na Alemanha.

ZH – Como você está jogando?

Cléber – No Sport, era o terceiro do meio-campo. No Vitória, também. Quando voltei do Japão (Kashiwa Reysol) e fui para o Santos, passei a jogar como segundo volante. Era o Maldonado e eu. No ano seguinte, voltei a terceiro do meio-campo. Jogavam Maldonado, Rodrigo Souto, eu e Zé Roberto. Aqui, atuo como segundo volante. É que eles jogam com dois pontas, não com dois meias. Tenho obrigação de marcar e sair para o jogo.

ZH – Você trará de volta ao Inter os chutes de fora da área?

Cléber – Tenho facilidade em bater de fora da área. No ano passado fiz nove ou 10 gols no campeonato, um deles de fora da área, contra o Real Madrid. Saí a dribles do meio-campo e bati da entrada da área. Ganhei uma eleição como gol mais bonito da temporada europeia. Bati o Tévez e o Ibrahimovic.

ZH – Você viria para o lugar do Magrão. O meio-campo do Inter tem Sandro, na frente da área, Guiñazu, um argentino (neste momento, Cléber interrompe).

Cléber – Conheço o Inter, sei bem como joga e quem são os jogadores. Vi muitos jogos do time pelo Brasileirão. O Fabiano Eller já havia me falado bem da estrutura do clube. E agora saiu o Nilmar, veio aqui para a Espanha.