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 | 11/07/2009 05h10min

O Brasil está espantado com o Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 Foto: Arivaldo Chaves








Estive em São Paulo ontem. Fui num pé, voltei noutro. Participei de uma mesa redonda no Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo ao lado do André Rizek (Sportv) e do Sérgio Rangel (Folha de São Paulo), na Universidade Anhembi Morumbi.

Bom papo, informal, com muitos estudantes e também jornalistas interessados em debater o ofício da reportagem esportiva. Promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Congresso tratou de vários temas, mas teve dois eixos principais: Amazônia e Crime Organizado. Em um evento destes, portanto, circula muita gente, de todos os cantos do Brasil.

Voltei de lá com certeza: o Brasil está espantado com a queda do Inter de Magrão (foto, na chegada a Porto Alegre, ontem).

A derrota por 3 a 0 para a LDU, transmitida para toda a América do Sul, impressionou. Funcionou como a gota d'água para transbordar o copo da estupefação. O primeiro a perguntar foi o Rangel. "O que deu no Inter?", ele quis saber, com o seu sotaque de malandro carioca. O Rangel trabalha na sucursal do Rio da Folha. O Rizek foi pelo mesmo caminho.

Mas vá lá: eles dois, sozinhos, não servem de amostragem. São jornalistas militantes, da labuta diária. E jornalistas militantes sempre estão atrás de alguma informação. Sentados à mesa com um colega gaúcho, nada mais natural que me perguntasse. Vou excluir o Rizek e o Rangel, então.

Depois da nosso bate-papo no Anhembi, todos os que vieram conversar comigo — eu disse TODOS — queriam saber o que estava acontecendo com o Inter.

E não era só aquele pretexto para conversar, trocar e-mail, telefone, de se prometer manter contato e não manter contato. Eles sentiam necessidade era de entender como se deu a transformação de um time organizado e vibrante para o amontoado apático de Quito.

De cabeça, lembro de um estudante paranaense, uma leitora paulista de ZH.COM, um outro paulista que dividia o espanto com a namorada e, finalmente, um carioca. Este carioca, uns 20 e poucos anos, não mais que isso, era o mais impressionado:

— Mas cair tanto assim, de uma hora para outra? Como? Deve estar acontecendo alguma coisa.

Este espanto todo leva a uma conclusão. A badalação do Inter no primeiro semestre era mesmo nacional. Vou além: nós, os gaúchos, éramos os mais reticentes. Alertávamos para a necessidade de enfrentamento contra adversários maiores.

No resto do país, especialmente após aquele gol memorável de Nilmar na primeira rodada do Brasileirão e a vitória sobre os Palmeiras com os reservas, o Inter virou objeto de veneração mesmo.

E não sem alguma razão. O time de Tite vinha do título da Sul-Americana, emendara um Gauchão invicto subjugando o Grêmio e arrancara a mil na liderança do Campeonato Brasileiro. Então, veio a queda. Portanto, não são só os colorados que estão de olhos voltados para o Beira-Rio por estes dias. É o Brasil inteiro, espantado, que está.
 

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