| 25/05/2009 05h10min
Diego Vara
A revelação veio ontem à noite, durante o Bate-Bola, da TV COM. A conversa com o técnico do Grêmio transcorria no único nível possível quando o objeto das indagações é um homem do estilo de Paulo Autuori: educação, respeito, distância do óbvio e, por fim, sinceridade. Aliás, também com Tite, do Inter, a lógica é a mesma. A civilidade está de volta ao Beira-Rio e ao Olímpico, o que é uma notícia e tanto em tempos de intolerância. Mas isso é outra história, embora boa. Nos fixemos em Autuori.
Se Réver não se recuperar das dores na panturrilha direita, o Grêmio vai de 4-4-2 contra o Caracas, quarta-feira. Entrará o volante
Túlio, e não o zagueiro Willian Thiego.
A entrevista se encaminhava para o fim. Pedro Ernesto,
o apresentador, acomodava no colo dois pacotes de erva para chimarrão, disposto a presentear o ilustre convidado do programa quando Nando Gross, ao meu lado, salta da cadeira e se intromete no tempo exíguo da televisão. É dele a última pergunta:
— Para fechar: o Adilson, que não jogou ontem por ter sido expulso contra o Atlético-MG, volta no lugar do Túlio para manter o 3-5-2, como mencionaste, é isso?
Eis a resposta surpreendente do técnico gremista.
— Olha....Não sei....De repente dá para entrar com os dois: Adilson e Túlio. É que o Réver deixou o jogo sentindo dores. Quem sabe não dá para antecipar o 4-4-2? Vamos ver, vamos ver..... — admitiu com sua voz de trovão e um sorriso seguido de piscadela do olho esquerdo.
Autuori alega que o tempo de transição do 3-5-2 para o 4-4-2 tende a ser menor do que ele esperava. O desempenho do time na vitória de ontem por 2 a 0 sobre o
Botafogo superou de tal forma suas mais otimistas expectativas que a ideia é
acelerar a troca de esquema. Os jogadores, especialmente os laterais Ruy e Fábio Santos (foto), assimilaram bem as novas atribuições.
Aumentou a confiança do treinador em ressuscitar o 4-4-2 já.
Bom tema para debate até quarta-feira.