| 24/05/2009 20h22min
Diego Vara
Para o Grêmio, a melhor notícia da vitória de hoje sobre o Botafogo por 2 a 0 não foi o resultado. Claro que era preciso somar pontos após um empate e uma derrota na largada do Campeonato Brasileiro. No sistema de pontos corridos, não dá para deixar o pelotão da frente livrar distância. Aliás, ganhar é preciso sempre. Mas o que todos queriam ver no Grêmio ontem, para além da lua-de-mel da torcida com Paulo Autuori, o novo treinador sorridente e feliz, como se percebe na foto acima?
Todos queriam ver um novo time em campo. E viram.
Este é o ponto mas importante a ser festejado pelos
gremistas. O Grêmio de Autuori já é diferente do Grêmio de Celso Roth. Não radicalmente diferente — e nem poderia, com apenas
uma semana de treinos. Apenas diferente. O bastante para dar esperança ao torcedor acerca do ''algo mais'' que se exigirá no momento decisivo da Libertadores.
Tudo o que Autuori disse nas inúmeras entrevistas concedidas durante a semana se materializou no campo. Ele anunciou que adiantaria Tcheco para retirar Jonas e Maxi López do isolamento. Solto, perto da área, o capitão passou a tarde encaminhando jogadas com a dupla de ataque.
Avisou que mexeria na movimentação dos laterais Ruy e Fábio Santos. Pois lá estava o ofensivo Ruy defendendo mais do que o usual. E lá estava o marcador Fábio Santos aparecendo feito centroavante. "Gosto de dar força a jovens talentos", disse Autuori a certa altura. Disse e
mencionou Douglas Costa. Como foi o lance do segundo gol?
Douglas avança pela esquerda, encontra Maxi dentro da área e este, com um leve toque de calcanhar, deixa Fábio Santos livre.
Três conceitos do novo treinador materializados em um único lance: o meia próximo do atacante, a aposta no talento promissor e o lateral surpreendendo pelo meio.
Já no primeiro jogo e com uma semana só de treinos, pode-se afirmar: o Grêmio de Paulo Autuori é uma realidade. Ainda falta para oferecer garantias ao título da Libertadores. Mas é a melhor notícia da vitória de ontem sobre o Botafogo.