| 15/05/2009 03h35min
Na cabeça do vice de futebol André Krieger, a contratação de Paulo Autuori era um sonho “impossível” de virar realidade. Como o técnico havia recusado convite do Inter, para o dirigente gremista ele não pretendia retornar tão cedo ao país.
– Ele já conhecia o Inter e, certamente, seria seduzido pela ideia de treinar o time no ano do Centenário. Mas não quis, e julguei que o Brasil estivesse fora de seus planos – explica Krieger.
As opções do mercado, porém, não empolgavam. Renato Portaluppi, por exemplo, jamais foi cogitado, apesar de ter o nome lançado pelo ex-presidente Fábio Koff. Também lembrados, Geninho e Nelsinho Baptista não tinham unanimidade.
Na manhã de 8 de abril, três dias após a queda de Celso Roth, o telefonema de um brasileiro residente no Catar começou a virar o jogo. Após confidenciar a Krieger que Autuori não pretendia renovar seu contrato com o Al-Rayyan, o interlocutor comprometeu-se a ligar de novo passando o número do treinador.
Como o informante tardou a ligar
outra vez, o próprio Krieger localizou o técnico, no que contou com a ajuda do empresário Jorge Machado.
– Falei a Autuori do projeto do Grêmio, percebi seu entusiasmo, desliguei e disse ao Mauro Galvão (gerente de futebol): vai atrás.
Mesmo que o acerto com o novo técnico estivesse costurado, a informação não poderia vazar. Autuori temia que o xeque Abdulah bin Hamad Al Thani, dono do Al-Rayyan, o forçasse a cumprir uma cláusula de renovação automática por mais um ano. Somente no início da semana, por intermédio de fax enviado ao Grêmio, ele comunicou a liberação.
– Os jogadores sempre souberam de que ele seria o técnico. E comprometeram-se em auxiliar Marcelo Rospide. Com os bons resultados, a torcida compreendeu que valeria a pena esperar – diz Krieger, aliviado.