| 10/05/2009 06h10min
Já escrevi isso que vou repetir agora, e talvez tenha sido um dos primeiros a fazê-lo, não por ser melhor do que os outros, mas apenas por abordar o tema com bastante antecedência, quando tudo parecia longínquo como o contracheque do mês que vem. O Campeonato Brasileiro que começa neste domingo será um dos melhores de todos os tempos.
O melhor desde a adoção dos pontos corridos, em 2003, com toda a certeza. Há ótimos jogadores em todos os clubes e a crise financeira tende a amenizar a voracidade europeia na janela de agosto. Não é maluquice imaginar o
torcedor entrando dezembro com o time titular decorado. O que antes era impensável, agora é possível. Mas isso tudo eu já disse. O que quero dizer agora é o
seguinte: Grêmio e Inter precisam abrir o olho é com o Cruzeiro.
Tem o São Paulo, é sempre bom não esquecer dele, mas a lei das probabilidades este ano está contra o São Paulo. Tetracampeão seguido é improvável. O raio não há de cair quatro vezes no mesmo lugar, mesmo que esse lugar seja o Morumbi. Mas é certo que o Muricy Ramalho vai habitar a zona da Libertadores, para dizer o mínimo.
O Palmeiras tem Wanderley Luxemburgo, Keirrison e Diego Souza, mas não tem grupo para encarar 38 rodadas. Aposto que vai contratar. A Traffic, empresa que gerencia o futebol no Parque Antártica, tem dinheiro de sobra. Se não se reforçar, o Palmeiras não chega.
O Corinthians de Mano Menezes que hoje enfrenta o Inter no Pacaembu, esse sim, é candidato. Não apenas por Ronaldo, o entrosamento do time e o bando de loucos a torcer por eles. O Corinthians está contratando
para suportar o tirão. Quase ninguém noticiou, mas Mano trouxe Jucilei, do
J.Malucelli, 22 anos, melhor volante do Campeonato Paranaense. Também contratou o meia Marcinho, do Noroeste, 23, e Henrique, 22, que salvou-se do Guarani rebaixado. Todos chegaram depois do título paulista. E nós sabemos muito bem como Mano sabe descobrir jogadores.
O Santos padece do mal que o Corinthians tenta se livrar. Tem um time interessante, pode até complicar no Olímpico, hoje, mas não tem grupo. Quando Neymar ou Kléber Pereira se machucarem, quem entra?
Então, o inimigo é o Cruzeiro. Talvez a Libertadores ajude neste sentido. Aquele história de não servir bem a dois senhores. Mas o técnico Adilson Batista tem o time na mão e bons jogadores: o volante Ramires, cujo futuro é a Seleção. Tem o goleiro Fábio, mais maduro. Tem Kléber no ataque, o ótimo meia Wagner e o eficiente lateral-direito Jonathan. E terá, em breve, a experiência do argentino Sorín, que finaliza sua recuperação. Para se ter ideia,
Wellington Paulista é reserva. É um grande time.
O Inter e o Grêmio que se cuidem com o Cruzeiro.
Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.