| 04/05/2009 12h16min
Quando chegou ao Avaí, durante o Estadual do ano passado, em meio a uma crise provocada pela perda do primeiro turno, poucos acreditavam no técnico Silas. Chegou-se a falar que ele “esquentaria o banco” para Zetti. Passado pouco mais de um ano, o treinador levou o Leão à Série A, à Copa do Brasil e, no último domingo, ao título do Catarinense depois de 11 anos de jejum.
Silas tornou-se um ídolo no Leão, segundo clube na sua curta carreira de treinador. Antes, havia treinado apenas o Fortaleza. Não conquistou o título do Cearense e saiu do clube. No Avaí foi diferente. É tão querido pela torcida que tem uma faixa “Silas Eterno”.
Taticamente, Silas tira o sono dos treinadores adversários. Como usa três formações diferentes, o 4-4-2, o 3-5-2 e o 3-6-1, fica difícil acertar a escalação que ele coloca em campo. Mas, no domingo, apostou na que a torcida mais gosta: o 4-4-2, com Ferdinando na lateral direita e com a dupla Evando e William na frente.
O
técnico viu o time sair atrás no marcador,
precisando vencer no tempo normal. Não se desesperou. Quando o time errava, pedia calma, para tocar a bola. O Avaí empatou, mas teve Marcus Winícius expulso ainda no primeiro tempo.
Ao voltar do intervalo, não falou de tática aos repórteres. Só pedia a ajuda da torcida.
— A torcida tem que incentivar o time, empurrar o tempo todo.
Talvez nem precisasse, mas um pedido a mais sempre é importante. Mesmo com um homem a menos, recuou o lateral-esquerdo Uendel, quase como um terceiro zagueiro. Só depois da virada é que colocou o volante Bruno e tirou o atacante William.
Técnico festejou como um torcedor
Depois, quando viu seu time golear na prorrogação, festejava como um torcedor. Quando o Avaí teve um pênalti a seu favor e viu a torcida pedir que o goleiro Eduardo Martini chutasse, ele fez sinal para o arqueiro ir cobrar.
Após o jogo, no meio da entrevista, foi pego pelos
jogadores e atirado ao alto, além de ter o nome gritado pela torcida.
E olha
que nestes 11 anos sem títulos passaram grandes treinadores pelo Avaí, como Dorival Júnior (hoje no Vasco), Cuca (Flamengo) e Adilson Batista (Cruzeiro). Mas foi Silas que se tornou herói azurra.