| 01/05/2009 11h01min
Quando Ayrton Senna acertou com a Williams para 1994, a Fórmula 1 esperava um domínio ainda mais esmagador do que o imposto por Mansell e Prost. Mas a equipe perdeu muito de sua força com a proibição da maioria das ajudas eletrônicas, como suspensão ativa, freio ABS e controle de tração. Ou seja, Senna teria de trabalhar duro para ser tetra.
O modelo FW16 era arisco e Senna não se sentiu à vontade no apertado habitáculo. Ajudado pela força do motor Renault, Senna ainda fez a pole na abertura do Mundial, no Brasil, mas estava sendo superado por Michael Schumacher seu ágil Benetton-Ford na corrida quando abandonou após uma rodada. Na segunda corrida, o GP do Pacífico, no Japão, Senna foi pole de novo, mas acabou jogado para fora na primeira curva por Mika Hakkinen (McLaren). Com isso, Schumi abriu 20 a 0 no placar sobre Ayrton.
Senna ainda se sentia desconfortável no cockpit do FW16 e a Williams resolveu fazer mudanças na direção. Serrou a coluna para rebaixá-la e dar
mais espaço para as mãos
de Senna, que batiam no topo do habitáculo. Mas uma solda malfeita acabaria provocando seu acidente fatal no GP de San Marino.
O fim de semana de Imola já vinha marcado pela tragédia, com a morte de Roland Ratzenberger (Simtek) no treino de sábado e o violento acidente de Rubens Barrichello (Jordan) na sexta. Na corrida de domingo, um perturbado Senna liderou após largar da pole, mas perdeu o controle de seu Wiliams na sexta volta após a direção do Williams quebrar e o carro se espatifar no muro da curva Tamburello. As lesões cerebrais foram irreversíveis.
Senna, que já estava liderando um movimento para cobrar melhorias na segurança dos carros e pistas, acabou perdendo a luta antes de começá-la efetivamente. Antes de morrer, Ayrton ainda planejou uma homenagem a Ratzenberger: colocou no bolso uma bandeira da Áustria para agitá-la após a corrida, quem sabe após mais uma vitória.
A morte de Senna parou o Brasil. O velório foi acompanhado por
milhares de pessoas em São Paulo e o
tricampeão foi enterrado na quinta-feira seguinte no Cemitério no Morumbi. Na sua lápide a frase "Nada pode me separar do amor de Deus".
Visitante observa capacete de Senna, que está na exposição em SP em homenagem ao piloto morto há 15 anos
Foto:
Sebastião Moreira, Agência EFE