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 | 01/05/2009 05h48min

Ruy Carlos Ostermann: Autuori duas vezes

Santa Maria – A manifestação apressada de Paulo Autuori, desmentindo através de sua assessoria de imprensa a notícia de sua antecipada concordância em vir a Porto Alegre a partir do dia 29, agora em maio, se presta para especulações. Uma, por certo, é que se trata de um profissional sério e que não permitiria que se antecipasse o que ainda não fez. Presumo. O fato seria verdadeiro (a assinatura de um compromisso de vinda do Catar), apenas a oportunidade não seria a desejável para a sua divulgação. Mas uma outra interpretação poderia ser essa que a negociação ainda não chegou a sua conclusão.

De qualquer modo, pela parte que nos cabe (autores da notícia com base em informações não confirmadas publicamente, apenas na confidência), o desmentido cria um vácuo e isso nunca é bom. Aguardemos.

Amistoso

O jogo amistoso de amanhã em Floripa, Figueirense x Inter misto, até parece mentira. Não há mais jogos amistosos nem para a inauguração de novas camisas, só alguns poucos em início de temporada como uma espécie de cordialidade com a comunidade hospedante. Tite vai assistir e certamente aproveitar para ver mais de perto algumas opções que o time tem para trocar de jogadores, substituí-los ou simplesmente desistir de vez.

Outra oportunidade para Walter, que engordou, antes havia se indisposto e fica agora como uma promessa de reabilitação com o grupo e consigo mesmo. Glaydson substituiu muito bem a Sandro, machucado num treino de véspera. Seria o caso de Tite testar o substituto de Bolívar, que deve sair no meio do ano. O Figueirense se reestrutura e tem que ter pressa. Uma camisa nova já é um passo.

O melhor

Ontem à noite, sem que eu pudesse saber, envolvido com a entrevista aqui na Feira do Livro com o Duca, estava sendo decidido por seus próprios pés a quem caberia enfrentar o Grêmio, líder de grupo e da Libertadores, se o Defensor, do Uruguai, ou se o San Martín, do Peru. Por algumas poucas razões, a melhor indicação seria a do San Martín. Um Uruguai, antes de mais nada, é um bravo defensor de seu espaço, mais do que qualquer outro. Já dei minha opinião: não importa a distância a percorrer para esse primeiro jogo fora do Olímpico, sempre será preferencial o que tem menos futebol. No caso, a escolha está feita. Mas quem garante?

Prognóstico

Nem é tanto pela amostragem que já se tem pelos campeonatos estaduais e seus desfechos, mas por uma simples constatação que nem precisa cogitar de grandes graus de dificuldades e outras transcendências. Basta fixar dois nomes fora do eixo Rio-São Paulo-Porto Alegre: o do Sport Recife, que continua fazendo campanha e passando de etapas, com time consolidado por Nelsinho Baptista, e o Cruzeiro, autor da goleada alarmante sobre o rival de sempre, o Atlético, a tal ponto abalroado que já levou mais três do Vitória, o que totaliza 8 a 0 em dois jogos. Esses dois, Sport e Cruzeiro, vão fazer um Brasileirão com todas as pretensões devidas.

A eles vão se juntar, até com mais pretensões, o Inter, o Grêmio, o São Paulo, o Palmeiras, o Flamengo, o Botafogo, possivelmente o Atlético-PR (se mantiver Geninho), certamente o Corinthians e talvez o Santos, e ainda uma possível zebra para festejar conquistas surpreendentes.

Um Brasileirão assim ainda não se teve.

Futebol

O Duca Leindecker me confessou na viagem. Por mais que tenha se esforçado não consegue gostar de futebol.

Disse-lhe, para confortá-lo, que ele não está sozinho.

Ele me olhou sorridente e perguntou:

– Quem mais?

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