| 01/05/2009 05h46min
A vitória inquestionável sobre o Náutico aumentou a euforia da torcida do Internacional e deixou a impressão de que o time, finalmente, começa a romper o bloqueio de fator local. Os comandados de Tite jogaram no Estádio dos Aflitos como se estivessem no Beira-Rio, mantiveram sempre um posicionamento ofensivo e impuseram-se, como deve fazer quem tem mais qualidade. Claro que é preciso descontar a fragilidade do Náutico. Ainda temos que ver o Internacional jogando fora de casa contra uma equipe realmente forte para saber como o time se comporta. Mas os avanços técnicos e táticos são inegáveis.
O que se percebe, hoje, é uma equipe bem posicionada em campo. O time de Tite tem uma linha de quatro zagueiros e uma formação de losango no meio-campo, com Sandro mais fixo como volante, Guiñazu movimentando-se pela esquerda, Magrão combatendo e apoiando pela direita, e D’Alessandro assumindo o papel de criador. Ele tem sido o diferencial, caindo para as laterais, fazendo jogada
de linha de fundo
e usando sua habilidade a serviço da equipe. Todos jogam para Taison e Nilmar, que estão, inclusive, recuperando uma jogada esquecida no futebol brasileiro: a tabela. Ainda não ocorre com a frequência desejada, mas a cada jogo se pode ver os dois usando a velocidade e a habilidade para envolver a marcação.
O Internacional está mais ordenado, cada jogador sabe qual é a sua função em campo e todos estão confiantes. Ainda falta o adversário forte, sempre é bom lembrar. Mas não há dúvida de que o Internacional encontrou um ponto de equilíbrio bem acima da maioria dos clubes brasileiros.
Cultura
Além da sua qualificação individual, D’Alessandro acrescentou ao time do Inter a cultura argentina de entrega e participação. Diferentemente do que ocorre com muitos atacantes, ele não fica conformado quando perde a bola. Sai atrás do adversário e, no mínimo, dificulta o passe. Não tem físico para combater, mas incomoda. Também nisso
tem sido um exemplo para os companheiros.
Na veia
Bruxo de Wanderley Luxemburgo, Cleiton Xavier vem se firmando como destaque do Palmeiras, ao lado de Diego Souza. É um jogador incansável. E ainda protagoniza lances essenciais, como o chute maravilhoso que garantiu a vitória sobre o Colo Colo e salvou a campanha do Palmeiras na Libertadores. Foi um gol raro.
Ressurreição
Se tivesse perdido por 3 a 0 para o Atlético Paranaense, como estava se desenhando, o Corinthians estaria dando adeus à Copa do Brasil, como ocorreu com o Santos na semana passada. Mas os dois gols marcados quase no final do jogo ressuscitaram o time de Mano Menezes, que agora precisa vencer o Atlético por apenas 1 a 0 no jogo de volta.
Volante
O Grêmio traz um volante experiente e conhecedor da posição. No Botafogo, Túlio atuava quase como um meia, dando combate, mas também chegando na frente. Ele tem
bom arremate de longa distância.