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 | 28/04/2009 05h12min

Paulo Roberto Falcão: O tamanho do fenômeno

Ficou difícil de colocar esta terceira ressurreição de Ronaldo na sua verdadeira dimensão. Como pouquíssimas pessoas acreditavam na sua recuperação e ele já marcou oito gols pelo Campeonato Paulista, inclusive alguns decisivos para colocar o Corinthians na final, a descrença se transformou em louvação. Considerando-se ainda que ele veste a camisa de um dos clubes mais populares do país, apoiado por uma torcida apaixonada, o endeusamento ganhou proporções exageradas. Já há quem fale abertamente na sua convocação para a Seleção.

Calma lá! Ronaldo é um dos raros craques do futebol brasileiro na atualidade. Mas está longe de ser o atleta que foi. Ele é capaz, sim, de dois lances talentosos num jogo, como ocorreu neste último confronto do Corinthians com Santos. Mas não está apto para enfrentar uma marcação dura e atenta. A zaga do Santos descuidou-se nos dois lances em que Ronaldo marcou, no último domingo.

Claro que ele teve méritos. Poucos jogadores são capazes de antever a jogada, ou de perceber que o goleiro joga adiantado, como ele fez. Basta lembrar que, no mesmo jogo, Kléber Pereira ficou sozinho na frente do goleiro Felipe e não soube como fazer o gol. Ronaldo tem uma incrível capacidade para definir, talvez só comparável ao que fazia Romário na zona de conclusão.

Também não há dúvida de que ele é um fenômeno de recuperação. Depois das contusões que teve, só mesmo alguém com muita força de vontade poderia voltar a campo. E ele voltou competitivo, pelo menos para o futebol brasileiro atual. Mas está longe do atleta que foi e também de merecer uma lembrança séria para a Seleção.

Porém, em se tratando de Ronaldo, não se pode duvidar de nada.

Drible

Também cabe colocar na dimensão exata a reação de Juan, do Flamengo, ao ser driblado por Maicosuel no clássico carioca. Ele não apenas fez falta sobre o jogador do Botafogo como também ameaçou-o de dedo em riste, como se driblar fosse um crime. Provocou uma confusão desnecessária. Certamente só teve aquela reação porque estava indignado com a derrota parcial de sua equipe. Não justifica. Mas também não dá para sentenciá-lo à exclusão do futebol por isso. Juan, curiosamente, é tão técnico quanto o botafoguense. Não é um jogador truculento. O cartão amarelo ficou de bom tamanho.

Sem show

Jogadores mais experientes do Internacional, como o volante Guiñazu, chamam a atenção para o posicionamento que o time precisará ter amanhã, contra o Náutico. Consciente de que os jogos de mata-mata são verdadeiras guerras, o capitão do time lembra que ninguém deve se preocupar em dar espetáculo. É verdade. Mas o time de maior qualidade deve se impor sempre, mesmo que seja na casa do adversário. Disso o Inter não pode abrir mão. E não cabe o argumento do campo ruim: jogador de maior qualidade tem que se adaptar melhor às irregularidades do terreno. O gramado é ruim para os dois, mas pior para quem tem menos técnica.

Vantagem

A possibilidade de mandar nos jogos restantes da Libertadores é motivação suficiente para o Grêmio enfrentar o Boyacá como se estivesse jogando uma final. Além disso, o torcedor está ansioso para festejar a liderança da primeira fase da competição.

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