| 07/04/2009 10h10min
O jogo desta terça-feira contra o Aurora apresenta para o Grêmio algumas semelhanças com outro enfrentamento contra um clube boliviano, ocorrido na Copa Libertadores de 1983. À época, o Tricolor recebeu o Bolívar sob a desconfiança da torcida, e abalado pela recente eliminação no Campeonato Brasileiro.
Apesar da boa campanha na competição continental, o Grêmio foi derrotado pela Ferroviária de Araraquara em casa, por 3 a 1, caindo no Brasileirão. Pouco depois, em amistoso novamente disputado no Estádio Olímpico, a equipe de Valdir Espinosa perdeu para o Vasco. E o ambiente ficou tenso.
Não houve mudança de comissão técnica, entretanto, como acontece agora. O presidente Fábio Koff suportou a pressão.
Espinosa tomou algumas atitudes, alterando a equipe em quatro posições, todas na defesa: o goleiro Remi deu lugar a Beto; ao invés de Leandro ou Newmar, Baideck recebeu uma chance ao lado de De León; nas laterais, Casemiro e Silmar saíram, para as entradas de Paulo César Magalhães e Paulo Roberto.
Assim como nesta temporada, o jogo contra os bolivianos foi numa terça-feira à noite. Em 31 de maio de 1983, o Grêmio recebeu o Bolívar no Estádio Olímpico. E venceu bem, por 3 a 1, afastando a crise iminente, e garantindo classificação antecipada para o triangular semifinal da competição.
O Grêmio entrou em campo com Beto; Paulo Roberto, Baidek, De León e Paulo César; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio e Tonho. E partiu para cima. Antes dos dez minutos iniciais, já vencia por 2 a 0, com gols de Tita (aos 3min) e de Tonho (aos 9min), trazendo tranquilidade. O Bolívar encostou na sequencia, mas Tita fechou o placar no 2º tempo.
– Naquele jogo marcamos dois gols muito cedo, o que nos ajudou. Essa pode ser sim uma estratégia para o Grêmio contra o Aurora. Pressionar desde o início, ir para o abafa – sugere Tonho, quando perguntado sobre a melhor maneira de enfrentar os bolivianos.
O ex-atacante do Grêmio, titular da equipe contra o Bolívar e autor do segundo gol, hoje é técnico do Ypiranga de Erechim, que conquistou a 3ª melhor campanha do Gauchão 2009. Para ele, sem Celso Roth, o auxiliar-técnico Marcelo Rospide deve mexer pouco na equipe:
– Eu vi o Gre-Nal e o Grêmio foi bem, mas deu azar. Acho que o momento ideal para trocar o treinador não seria agora, mas já que aconteceu, acho que não se deve mudar demais – avalia.
Tonho lembra que em 1983 houve vaias e pressão, mas com os gols imediatos o Grêmio modificou o ambiente.
– Vai ter pressão, mas o Grêmio tem todas as condições de ganhar. E deve ganhar fácil – projeta.
Como ex-atacante, sem Jonas e Alex Mineiro, Tonho acredita que a melhor dupla de ataque para a partida contra o Aurora seja formada por Reinaldo e Herrera.