| 03/04/2009 18h47min
Não será, de parte do Grêmio, um Gre-Nal a mais. Não será um Gre-Nal deslocado, intrometido no meio da Libertadores, ainda que o tri da América seja tratado no Olímpico como um altar para o qual todas as oferendas são justificadas e necessárias. Será "o" Gre-Nal. Por um motivo: os jogadores pediram que a direção assim tratasse o clássico deste domingo. Eles, os jogadores, exigiram o uso dos titulares.
No vestiário do Grêmio está em curso, sob o comando de Tcheco, um pacto pela vitória no clássico. O raciocínio do capitão é interessante. Dane-se, sobretudo quando o passo seguinte na escalada da Libertadores é o improvável Aurora, o planejamento racional de pensar o futuro e evitar risco de lesão. É hora de pensar com o coração. E o coração exige vitória no Gre-Nal.
Por isso, após o fiasco dos reservas no 4 a 0 no Centenário e a surpreendente decisão antecipada da Taça Fábio Koff, os titulares pediram para jogar. Mesmo diante da possibilidade remota, mas alardeada pelos próprios dirigentes, do uso de alguns reservas no Beira-Rio, eles se anteciparam.
Um importante – muito importante – homem ligado à direção do Grêmio me disse, inclusive, que não se trata de um pedido episódico. Se dependesse apenas dos jogadores, eles teriam estado em campo em outros jogos em que o time foi misto ou completamente descaracterizado.
No Olímpico, do presidente Duda Kroeff ao mais simples funcionário, ninguém suporta mais a série de seis partidas sem vergar o rival. Não é mais pedra no sapato. A pedra roçou no pé e virou ferida.
Tcheco juntou tudo num caldeirão – o Gre-Nal do Centenário do Inter, as críticas a Celso Roth, o anunciado favoritismo colorado, as gozações com os apagões da zaga nos últimos confrontos, a ferida no pé com a série invicta do rival, o fim do Gauchão em caso de derrota – e produziu um pacto para incendiar o vestiário.
Então, será um Grêmio titular. A pedido dos jogadores. E com pacto por vitória.
ZERO HORA