| 31/03/2009 23h51min
O presidente do Figueirense, Norton Boppré, vai explicar nesta quarta-feira pela manhã como as mudanças na gestão da Série B vão afetar o alvinegro. Na segunda-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) assumiu a Segundona, que antes era administrada pela Futebol Brasil Associados (FBA).
A valorização da competição, ocorrida nos últimos anos, levou a direção da CBF a tomar uma medida extrema para assumir o controle da disputa. Na segunda-feira, o presidente Ricardo Teixeira reuniu os clubes participantes da edição de 2009 e comunicou que a entidade assume a administração da Série B, dentro e fora de campo. A FBA, que detinha os direitos de comercialização até 2010, foi destituída da atribuição.
O pano de fundo dessa virada de mesa teve a participação direta da Rede Globo, emissora responsável pelos direitos de transmissão dos jogos. A empresa esteve representada pelo seu diretor Marcelo Campos Pinto, da Globo Esportes, que aproveitou a
oportunidade para colher assinaturas
de vários dirigentes no novo contrato.
Uma comissão, formada pelo Figueirense e mais cinco clubes acompanhará as negociações com a venda de painéis publicitários no estádio e, eventualmente, alguma outra receita como a crescente venda dos jogos pelo sistema pay-per-view (jogos pagos).
Na reunião, Ricardo Teixeira deu uma garantia mínima de faturamento de R$ 600 mil, mesma cota recebida no ano passado pela maioria dos clubes. Alguns receberam R$ 750 mil porque comercializaram em seus estádios uma marca de refrigerante. E dois clubes, América e ABC, ambos de Natal-RN, faturaram R$ 900 mil cada porque venderam tanto refrigerante como cerveja em seus estádios.
A CBF assumiu os compromissos da FBA, que garantiam passagens aéreas e hospedagens para os 20 clubes, além de arcar com as despesas de transporte dos árbitros. Mas não concordou em pagar a arbitragem, uma reivindicação antiga dos clubes e que, no ano passado, gerou uma briga direta entre
Ricardo Teixeira e o presidente da FBA,
José Neves Filho.
Os clubes podem ganhar ainda com a venda de painéis publicitários. A estimativa é de que cada um receba, pelo menos, mais R$ 600 mil. A CBF ainda se comprometeu a não cobrar taxas de administração, como fazia a FBA, em torno de 20%.
E garantiu que vai cobrir o rombo de caixa da FBA, que seria de R$ 4 milhões. O pernambucano José Neves Filho ficou indignado com a medida tomada pela CBF com a anuência da Globo.
— Nós roemos o osso e agora eles ficam com o filé. Isso é injusto — lamentou.
Agora, a FBA pode se ver obrigada a cuidar das deficitárias Séries C, formalizada com 20 clubes, e à Série D, recém-criada pela CBF com 40 clubes e com uma disputa regionalizada para evitar gastos.