| 14/03/2009 19h09min
Rivais aqui, parceiros em Moscou
Eles foram rivais no futebol gaúcho, estiveram frente a frente em clássicos Gre-Nais no ano passado, mas a partir deste domingo jogarão lado a lado, em defesa do mesmo time. Rafael Carioca, 19 anos, ex-volante do Grêmio, e Alex, atacante de 27 anos, vendido pelo Inter, devem estrear pelo Spartak na tarde deste domingo, em Moscou. O adversário não será nada fácil: enfrentam logo o Zenit, de São Petersburgo, campeão da Copa da Uefa. Não estarão sozinhos. No mesmo time jogam os brasileiros Mozart e Welliton.
Sala de leitura
(...) Todo mundo observava esta cena. Em 1998, ninguém teria dúvidas em dizer que Ronaldo poderia dar a volta por cima. Em 1999, muitos diziam que ele não iria voltar ao topo. Em 2000, a pergunta era se ele um dia poderia jogar futebol novamente. Para muita gente, naquele momento, por mais vontade que tivesse, ele jamais voltaria a ser o que um dia fora.
Este imenso divórcio também existia na cabeça de Ronaldo. Sua sabedoria esteve em constatar que era tão grande que nem valia a pena pensar no assunto. Seria pura especulação e fonte de angústia, não ajudaria em nada naquela hora. Todos seus projetos tinham de ser feitos em outra escala. O futebol, por enquanto, seria pura abstração. A realidade do primeiro momento era ficar de pé, andar de muletas pelo hospital sem tocar a perna no chão, e considerar isso um progresso. Era uma tarefa possível, realista – mas também muito frustrante. A depressão era inevitável e o conforto emocional, mais necessário do que nunca.
(...) O tendão patelar é um elástico poderoso, capaz de resistir em seus seis centímetros a pressões que podem ser calculadas em toneladas. O tendão de Ronaldo era um elástico remendado e contraído (...) No final do ano, oito meses depois da operação, foi liberado para começar a fazer treinamentos físicos (...)
No final de março de 2001, pisou num gramado com plateia pela primeira vez desde o dia da contusão. Ao lado de Zico e Michael Schumacher, enfrentou um time formado por outros veteranos e celebridades – todos conscientes de que deveriam passar a metros de seu joelho. Fez cinco gols e ouviu novamente os gritos da torcida (...)
O período vivido por Ronaldo no Corinthians é mais uma das barreiras que ele começa a superar. É bem parecido com outro que ele viveu a partir de abril de 2000 e que é contado no livro Ronaldo, Glória e Drama no Futebol Globalizado (Jorge Caldeira). Agora, saindo de outra cirurgia, parece pronto para vencer o desafio.
O preferido
Uma das novas preferências do torcedor do Inter estará em campo na tarde deste domingo. Como o argentino D’Alessandro segue fora do time, Andrezinho, um dos goleadores, continua na equipe titular. Não é a única atração para a torcida. Kleber jogará pela primeira vez depois de ser novamente convocado pelo técnico Dunga. A partida contra o Inter-SM, no Beira-Rio, começa às 18h30min. É de conferir.
Plano
mantido
Apesar dos riscos, o técnico Celso Roth mantém seu próprio plano de trabalho. Diante do Sapucaiense, às 16h deste domingo, em São Leopoldo, ele volta a escalar um time misto. O objetivo (e Roth nunca escondeu isso) é poupar os titulares para os jogos da Libertadores.
A propósito
Se você estivesse no lugar de Celso Roth também pouparia jogadores para a Libertadores?
Você viu?
Do juiz Alex Gonzalez Custódio, da Vara Cível do Foro Regional da Tristeza, na sentença em que condena Ronaldinho e seu irmão Assis a indenizar a arquiteta Maria Cristina Maluf Gardolinski em R$ 32 mil, mais correções, por trabalhos realizados na residência da família Moreira, na zona sul de Porto Alegre:
– Para o Poder Judiciário, Assis e Ronaldinho são pessoas tão comuns quanto o gari que recolhe os dejetos na frente
do Foro.
RAFAEL CARIOCA, ex-volante do Grêmio, ao dizer que não se
preocupa por jogar na Rússia, longe dos olhos do técnico da Seleção Brasileira: "Sendo bom, todo mundo sabe onde você está".