Encerrada a entrevista coletiva do anúncio de sua venda ao Spartak Moscou, da Rússia, Alex ergueu-se da cadeira, olhou para o grupo de repórteres que suava espremido a sua frente e comentou com o empresário Jorge Machado, responsável pelo negócio:

— Que maravilha, consegui sair sem chorar.

A frase resume os laços construídos com o Inter em quase cinco anos de convivência, iniciados em 2004. Por 7 milhões de euros (R$ 21,4 milhões), o clube desfez-se ontem do do melhor jogador brasileiro do primeiro semestre passado, convocado duas vezes para a Seleção Brasileira. Do total do negócio, 2 milhões de euros (R$ 6,14 milhões), o equivalente a 30%, ficam com o meia. O Inter ficará com 5 milhões de euros (R$ 15,3 milhões).

Protegido por uma cláusula de confidencialidade, o presidente Vitorio Piffero esquivou-se de confirmar os valores da transação. Assegurou, contudo, que a proposta havia sido "conveniente" para as duas partes.

— É evidente que ele foi vendido pela melhor oferta — assegurou.

Piffero negou ofertas de outros clubes da Europa por Alex. Ainda assim, ressaltou "sua folha corrida fantástica". A reposição para a perda, segundo o dirigente, será feita por D'Alessandro e Giuliano. Alex deixa para trás uma trajetória de oito títulos e 57 gols. E diz não temer que a ida para a Rússia represente um adeus aos planos de voltar a ser chamado por Dunga para a Seleção Brasileira.

— O Paulo Paixão (preparador físico da Seleção) também está na Rússia (no CSKA Moscou). Melhor informante, impossível — sorriu o jogador.

O meia lembrou, também, que Elano, hoje no Manchester City, da Inglaterra, não perdeu visibilidade mesmo no período em que atuou pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Motivado pela sonho de disputar uma Liga dos Campeões, Alex fez elogios ao novo clube, onde será companheiro de Rafael Carioca, ex-Grêmio.

— Eles querem ser grandes como os outros times da Europa. Estou encaixado nesse planejamento deles — garantiu.

Na parte final da entrevista, Alex desmentiu que eventuais desavenças com dirigentes ou com Tite tenham apressado sua saída. Nos bastidores, contudo, a sensação é de alívio. O técnico, por exemplo, livra-se do peso de colocar na reserva um dos jogadores mais prestigiados do país, para a manutenção de Taison.

Emocionado, Alex prometeu gratidão ao Inter "por toda a vida".

— É duro sair de casa — disse.

Em seguida, citou o nome de funcionários e agradeceu o carinho que recebeu dos torcedores mesmo durante o período em que ficou fora do time por lesão.

— Está tudo zerado, saio sem mágoas ou ressentimentos. Tite também fez parte de meu crescimento como jogador — destacou.

A trajetória de Alex em gols:

Confira a potência do chute de Alex: