Melhor jogador em atividade no Brasil em 2008, Alex está deixando o Inter. A direção, que ontem à noite não confirmava a venda, espera para hoje a chegada de fax enviado pelo Spartak, de Moscou, para fechar o negócio que renderá 5 milhões de euros, limpos, ao clube. O meia assinará por cinco anos. Será companheiro do volante Rafael Carioca, ex-Grêmio, no time russo.

O destino de Alex, de certa forma, contraria as expectativas criadas em torno de sua venda — coisa que já acontecia desde o ano passado. Convocado por Dunga para as Eliminatórias para a Copa, no ano passado, o meia sempre deixou claro que não gostaria de jogar em mercados periféricos. Mirava Espanha, Itália e Inglaterra. Acabou na Rússia, cujo futebol está no segundo escalão europeu.

Em termos financeiros, porém, a realidade é outra. Em dezembro, o Spartak desembolsou 8 milhões de euros para tirar a promessa Rafael Carioca do Grêmio. O jogador nem pensou duas vezes diante da proposta. Desta vez, o negócio aconteceu em prazo após o esperado.

A expectativa — e o temor da torcida do Inter — era quanto à janela de transferências dos principais mercados europeus, encerrada em 31 de janeiro. Depois deste prazo, sobravam países que não se enquadravam na regra — casos de Rússia, Ucrânia e o mundo árabe (Catar e Emirados Árabes Unidos).

Ontem à tarde, no Beira-Rio, Alex não demonstrava a tensão vista nos outros momentos em que esteve para deixar o Beira-Rio. Treinou no estádio — havia ficado de fora da derrota por 1 a 0 para o União, em Rondonópolis —, deu autógrafos e foi embora tranquilamente.

Na metade do ano passado, o Inter recebeu proposta do Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, mas não fechou negócio. No último dia de janeiro deste ano, o meia era o retrato do desconforto diante da expectativa. Acabou frustrado, o que o levou à reserva com Tite — agora, parecia ter reconquistado a posição.

Procurado por ZH no final da noite de ontem, Alex não atendeu ao telefone. O mesmo aconteceu com o vice de futebol, Giovanni Luigi. A posição da diretoria era negar a transação, como fez o presidente Vitorio Piffero a um site:

— Não vendemos e não negociamos.

Procurador do meia, Luís Carlini demonstrou surpresa com a notícia.

— Gente, não vamos começar de novo com especulações. Temos de preservar o Alex.

O fato é que, desta vez, parece que o meia será mesmo vendido. O que o separa do futebol europeu é mesmo o fax com a papelada e as garantias financeiras dos russos.

Alex Raphael Meschini
Data de nascimento: 25/03/1982
Jogos pelo Inter: 168
Gols: 56
Local de nascimento: Cornélio Procópio-PR
Altura: 1m75cm
Peso: 71 quilos

Títulos de Alex:

2004 — Campeão Gaúcho
2005 — Campeão Gaúcho
2006 — Campeão da Libertadores da América
2006 — Campeão da Copa do Mundo de Clubes Fifa
2007 — Campeão Recopa Sul-Americana
2008 — Campeão da Dubai Cup
2008 — Campeão Gaúcho
2008 — Campeão da Copa Sul-Americana

Curiosidades:

A chegada: Alex teve seus direitos federativos adquiridos junto ao Guarani, de Campinas, em maio de 2004.

Lesão: Logo que o Inter o contratou, Alex sofreu uma grave lesão no tornozelo e ficou um longo período afastado dos gramados.

Na lateral: Em 2005, já recuperado, foi aproveitado como lateral por Muricy Ramalho.

Meia: Em 2006, voltou à meia-esquerda e virou titular absoluto do técnico Abel Braga. Participou das conquistas da Libertadores e do Mundial. Atuou nas duas partidas contra Al-Ahly e Barcelona, no Japão.

Lateral-Esquerda: Em 2007, voltou a jogar na lateral-esquerda. Teve bom rendimento e chegou a marcar gols; Entre eles, um foi contra o Pachuca, do México, na final da Recopa Sul-Americana. Alex abriu o placar na goleada de 4 a 0 em cobrança de pênalti.

História: Em 2004, fez o cruzamento para o gol 999 em Gre-Nais marcado por Vinícius.