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Torcedores fazem a festa no Orlando Scarpelli lotado

Assim que o árbitro José Acácio da Rocha apitou o fim do jogo, a torcida do Figueirense explodiu em alegria. Mas a movimentação de torcedores nos arredores do Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, para a decisão do Campeonato Catarinense de 2003 começou quatro horas antes do apito inicial do árbitro.

A partir das 13h, alvinegros do Figueirense começaram a se dirigir ao estádio. Os alvinegros do Caxias vieram em pequeno número e o único espaço vazio da arquibancada foi o setor reservado aos visitantes. Os 14 mil ingressos à venda foram vendidos antecipadamente.

O que a direção do Figueirense não contava é que parte das entradas fosse parar nas mãos dos cambistas. No início da tarde, com a notícia de que os ingressos haviam se esgotado, os cartões para a arquibancada foram cotados a R$ 50, quando originalmente valem R$ 10. As cadeiras do Scarpelli são exclusivas para sócios, o que diminuiu a ação dos cambistas.

O otimismo da torcida do Figueirense era grande, apesar de precisar vencer no tempo normal e empatar na prorrogação para ficar com o título. Como o passado recente de rivalidade com o Caxias é pequeno, sobrou para o rival tradicional, o Avaí, ser o alvo das gozações.

Foi o que fez Juliano Santos, que levou ao estádio o clássico caixão, para rir do adversário derrotado. O caixão de Juliano era dedicado ao Avaí, com apenas uma lembrança ao Caxias.

– Vou enterrar os dois ao mesmo tempo – brincou.

Não faltaram também as referências aos símbolos do Figueirense. Marcelo Lautert foi ao jogo com um chapéu estilizado, com um gavião sobre a cabeça. A ave não chega a ser um mascote do clube – que aposta na Figueira –, mas foi adotado pela torcida da agremiação, a Gaviões Alvinegros, que se inspiraram na Gaviões da Fiel corintiana.

Em tempos de guerra, não podia ficar de fora a manifestação pela paz. Com a cara pintada de preto e branco, Fernando Azevedo, mais conhecido como Bocão, trouxe bandeiras e faixas que remetiam ao conflito recente no Iraque.

– É um pedido de paz – destacou.

MAURICIO XAVIER E CARLA ARGOLO/DIÁRIO CATARINENSE

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