| 13/11/2008 09h07min
A Polícia Federal chegou a novos indícios sobre atividades supostamente ilícitas envolvendo o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, alvo maior da Satiagraha — operação de combate a esquema de lavagem de capitais, evasão de divisas, fraudes financeiras e formação de quadrilha. Relatório parcial produzido pela PF e entregue à Justiça reforça as suspeitas sobre o controlador do Grupo Opportunity, que já havia sido formalmente indiciado em julho pelo delegado Protógenes Queiroz, mentor da Satiagraha.
Na ocasião, quando enquadrou Dantas, o delegado o rotulou de "capo" de organização criminosa que movimentou US$ 1,9 bilhão em paraísos fiscais. Além de Dantas foram indiciados 13 aliados seus, inclusive Verônica, sua irmã, a quem o delegado classificou de "cabeça da organização, uma espécie de subchefe central, figura como sócia-gerente e cotista em mais de duas centenas de empresas vinculadas ao grupo".
O novo documento, subscrito pelo delegado Ricardo Saadi —
sucessor de Protógenes
na Satiagraha —, chegou sexta-feira às mãos do juiz Fausto Martin De Sanctis, titular da 6ª Vara Criminal Federal. De Sanctis já conduz uma ação penal contra Dantas, acusado de corrupção ativa - segundo a PF, ele teria tentado subornar um de seus delegados, Victor Hugo Alves, com US$ 1 milhão em troca do engavetamento do inquérito contra o Opportunity. Também está sob responsabilidade do juiz o inquérito sobre o banco, que, em setembro, teve R$ 525 milhões bloqueados.
Ao contrário do que declarou terça-feira o ministro da Justiça, Tarso Genro, segundo o qual o inquérito Satiagraha estaria sendo refeito, a PF informou que está cumprindo um "processo de aperfeiçoamento" do que já havia sido realizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.